A polícia pratica o Roubo Rosa
Me trata com um olhar delinqüente
Revira meus objetos como um ladrão que chega sem aviso
Pratica o Roubo Rosa
Estrangula meu coração
Ela me abordou por esses dias
E tomaram-me a Rosa que trazia nas mãos
A consideraram perigosa
Com seus espinhos de facão
Acharam-na demasiadamente suspeita
Com suas pétalas banhadas em cor de sangue
Acharam-na por muito agressiva
Pois, sabem que quem carrega uma rosa nas mãos carrega consigo a revolução
Acharam-na suspeita por muito leviana
Pois, não carregava documentos nem grana
Mas, sabiam da sua história nas mãos de homens de má fama
Acharam-na.... suspeita
por não dizer uma palavra durante a investigação
Afinal, resolveram por leva-la presa
Mas , quando quiseram toca-la
tremeram -lhe as mãos
Por fim prenderam a rosa
Acharam o homem que carregava inofensivo , ou talvez, pobrezinho..... cooptado pelos efeitos subversivos desta.
A imprensa logo batizou o caso de o Roubo Rosa.
Não demorou para que especulassem que a Rosa acobertava pelas manhãs certos orvalhos de honestidade questionáveis
Conseguiram depoimentos das rosas de canteiros vizinhos sobre sua juventude pertubadora
Feliz ficaram todos, afinal
Sabendo que o mal que os aflingia, estava agora confinado bem longe da vista.
Esta sociedade então, sem a Rosa, passou dia-a-dia ficando sem amor e paixão
Perderam a sensibilidade de sua pétalas
Ficando só com os espinhos em suas mãos
Hoje dizem,
que os tais policiais daqueles tempos
Por fim ....como todos morreram
E o homem que na época solto ficou
Deu por ir ao vélorio dos tais
Sentou -se ao chão
E de Rosas cobriu o caixão
Assim, os homens passam a vida vendo rosas morrerem em suas mãos
mas, somente depois do Roubo Rosa
Os homens se lembraram por que as carregam nas mãos
Nós passamos
As rosas não
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