O tema da semana em Araraquara foi o término da greve dos servidores, que depois do dia 17 foi encerrada com negociação intermediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de Campinas. Quando da avaliação sobre o término da greve, tanto da Prefeitura quanto do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar) , duas posições foram consensuais , a saber: os dois se consideraram vitoriosos com o resultado da greve, segundo, criticaram a imprensa por ser tendenciosa na cobertura do movimento de greve.
O fato é que na abertura do movimento de greve, em votação à frente da Biblioteca Municipal, o Sismar alertou aos funcionários públicos presentes que tivessem precaução ao se pronunciarem aos setores da imprensa que tentariam no seu entender, distorcer os fatos.
Já , o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) em coletiva de imprensa , realizada para avaliar o resultado da greve, também proferiu críticas ao que denominou de “parcialidade” por parte de alguns setores da imprensa na cobertura do período de greve.
Ora, não façamos deste espaço um momento de respostas às críticas deflagradas, entristece mesmo, o fato de ambas as partes, tanto sindicato quanto Prefeitura terem acirrado suas relações. Mais do que a greve em si, e da gestão do atual prefeito, na política nunca uma vitória é somente de uma das partes, e nisto Prefeitura e Sismar estão corretos. Mas, também na política, todo primeiro passo é sempre o início do resultado seguinte e, nisto infelizmente, não temos muitos motivos a comemorar.
Segundo entrevistas de ambas as partes, o clima para as negociações no próximo mês de maio já esta acalorado. Assim, em época de eleições, esperamos que as decisões e falas sejam direcionadas para o fortalecimento das instituições, que as leis aos servidores estejam esclarecidas de seus impactos, que o Executivo esteja disposto a tomá-las como legais e que o sindicato esteja atento aos seus desdobramentos quando da sua negociação.
A parcialidade, é antes um ponto de perspectiva de onde se está.
Retrocesso do debate
Agora diante do segundo turno, mudam se os eixos do debate entre os concorrentes, privilegiando os temas que possam explicitar da melhor maneira as possíveis diferenças entre os candidatos em disputa. José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT), mais do que nunca estão engajados numa disputa política que ganha fôlego e tem um fato novo a cada dia.
Infelizmente, o ritmo do debate e das ações políticas das respectivas campanhas, não vem ao mesmo ritmo dos temas que pesam na composição dos discursos desta eleição. E a opinião , não é isolada, inúmeros meios de comunicação do país vêm ressaltando o retrocesso do campo de programas dos candidatos apresentados nesta segunda rodada do pleito.
Assim, o conjunto de assuntos que vêm ocupando a pauta política dos candidatos envolvidos e seus correligionários, está cada vez mais alinhada com uma temática de perspectiva moral. Onde temas como aborto , religiosidade e Deus, tão largamente debatidos , vêm agora serem apresentados como se estivessem “mais próximos” tanto de um quanto de outro candidato.
Somente o eleitorado pode atualizar este processo eleitoral, indagando sobre questões que se façam presentes no cotidiano brasileiro, pois assim de fato, não corremos o risco de eleger mais o assunto do que o candidato. Se nas últimas eleições presidenciais se convencionou em contrapor o candidato que se usou do termo “esperança” e o outro o do “medo pela mudança”, corremos o risco de nessa caracterizarmos como o do “mau” e o do “bem”.
É preciso amadurecer o debate político no país, Dilma e Serra já são, e continuaram sendo, o que sempre foram antes, durante e depois deste pleito. Nos resta somente pensar, e isto sim é um exercício mais difícil, o que queremos que seja o nosso país, Brasil. Pois, este sim certamente não será o mesmo depois das eleições.
Fonte: jornal Folha da Cidade
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