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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Política morna e consenso estratégico


01. Sustentabilidade

Na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Araraquara, realizada nesta terça-feira (20) foi aprovado o projeto que cria a Semana de Ciclismo, de autoria do vereador Fernando Cesar Câmara,o Galo, (PV) que declarou sobre o tema “recebemos muitas manifestações de ciclistas e moradores parabenizando e apoiando o projeto”. O projeto inclui no calendário Oficial de Eventos do município a Semana Municipal do Ciclismo, que deverá ser comemorada em semana do mês de agosto coincidente com o aniversário da cidade.
A medida deve ter papel fundamental na elaboração de estratégias de melhoramento na circulação de ciclistas na cidade, atuando sobre um tema cada vez mais problemático para Araraquara que é o trânsito. Trânsito este, que só vê aumentar no último período o crescimento na circulação de veículos, em detrimento das modalidades de transporte alternativo.

02 – Política morna e consenso estratégico

Araraquara vive um momento de pouca ousadia na política, onde as aceleradas alianças partidárias visando as disputas das eleições municipais de 2012 correm o risco  de acabar sendo finalizadas sem muitas alternativas para o eleitorado.
A primeira força política em ação hoje é o campo peemedebista que conta com a presidência da Câmara Municipal através do vereador Aluisio Braz, o Boi, (PMDB) e a chefia do Poder Executivo com o atual prefeito Marcelo Barbieri (PMDB). O PMDB deve cumprir o papel de articular a base governista em vistas da reeleição de Barbieri nas próximas eleições municipais.  A segunda força é composta pelos partidos da base governista, que cada um a seu modo vem buscando se diferenciar no cenário e negociar espaços.
A terceira força política tem como principal partido o PT, que conta com três parlamentares no Legislativo, sendo o responsável pela atual oposição ao governo e a gestão do município no período de 2000 a 2008.
Mas, apesar do conhecimento de que nos bastidores estas forças vem disputando espaço a cada palmo, no debate público todos mantém um discurso pouco capaz de realmente trazer algo de novo para o eleitor.  Tende assim a prevalecer a disputa por cargos e benefícios, do que realmente por projetos. A excelência do debate público é esta, o convencimento por idéias e projetos, mas, ao contrário disto vem prevalecendo um consenso estratégico.
 Nenhumas das figuras parlamentares como o deputado federal Dimas Ramalho (PPS), e os deputados estaduais Roberto Massafera (PSDB) e Edinho Silva (PT) estão ainda declarando de forma explicita suas posições políticas. Neste contexto perde a cidade, pois, caminha sem a formulação de propostas inovadoras que tenham como estímulo a instituição de políticas que possam transformar a realidade de áreas críticas vividas pelo município.
Para entendermos este cenário basta lembrarmos que o atual prefeito Marcelo Barbieri se elegeu com o discurso de manter o que havia sendo construído no governo anterior. E hoje, o que se vê é a base governista criticando o que foi feito no governo petista, apesar de não conseguir criar marcas próprias que colocassem a cidade em um novo momento político que afastasse as lembranças do anterior. Por outro lado, a oposição se esforça em manter o patrimônio de políticas públicas implementadas quanto esteve a frente do Executivo, mas sem conseguir emplacar novas propostas.
Neste cenário de rivalidades entre PT e PMDB os partidos como PV, PRB, PR e DEM ganham espaço para construir uma nova identidade política. O PT hoje não consegue explicar sua identidade política sem criticar o atual governo e o PMDB sem conseguir criticar o governo passado.
Assim, neste contexto onde PT e PMDB criaram um ciclo de dependência mútua e os deputados da cidade ainda não iniciaram um processo de divisão ideológica, tende-se a criar um cenário de baixa elaboração política. Araraquara tem hoje um grande vazio a ser ocupado, e partidos considerados menores tendem a dar o tom da nova disputa. Araraquara necessita de elaborações políticas mais ousadas e que de fato escapem da atual ladainha, onde não conseguem dar um passo sem criticar outro partido.

Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

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