No Brasil em 6 de junho de 2004, era fundado o Partido Socialismo e Liberdade. Naquele período o Partido dos Trabalhadores (PT) vivia uma intensa crise interna por reflexos do recente processo de institucionalização da sigla, acirrado após a conquista do governo federal por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente o PSOL declarou centrar sua atuação na mobilização da sociedade e na participação de debates políticos importantes.
O presidente do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) em Araraquara José Eduardo Vermelho concedeu entrevista na redação da Folha da Cidade nesta semana, onde abordou temas referentes ao contexto político da cidade. “Todos os municípios do interior estão crescendo, mas crescimento econômico não significa desenvolvimento, nos preocupamos com esta questão. As cidades de porte médio, como Araraquara, do interior de São Paulo estão recebendo empresas e investimentos que estão migrando das grandes capitais”.
Vermelho, foi candidato a prefeito pelo PSOL nas eleições municipais de 2008 e atualmente exerce a atividade de professor.
Outros presidentes de partidos da cidade serão convidados para compor entrevistas especiais aos domingos, sobre temas como as próximas eleições municipais, a reforma política e demais assuntos importantes do cenário local. Com isto a população ganha mais um espaço de discussão qualificada, aprofundando temas importantes de Araraquara. A entrevista foi dividida em temas, para a melhor organização e apreciação dos leitores. Confira abaixo na íntegra:
PSOL
Comissão provisória, em 2007 tivemos a formalização partidária, estamos em processo de campanha de filiação, a ser encerrada em setembro deste ano. Nossa filiação, não somente assina a ficha, passa por reuniões e diálogos. Nosso alvo são pessoas que não tenham feito ainda filiação partidária e juventude, temos a leitura que a democracia representativa no Brasil está corrompida pelo poder monetário. E o PSOL trabalha com a lógica de organização da sociedade, e não da concepção de partido enquanto instrumento político eleitoral. Somos uma comissão provisória.
REFORMA POLÍTICA
Pela lógica que esta dada, o Brasil n/ao terá uma reforma política, teremos rearranjos, mudanças pontuais. O Fundo Partidário no ano passado tivemos um reajuste quase 50% de aumento, teríamos que ter uma nova assembléia constituinte e através da participação da sociedade realizar um reforma política. As eleições estão cada vez mais sendo guiadas pelos poderes econômicos. O político eleito vai representar com maior peso quem pagou sua campanha ou quem votou nele? Defendemos financiamento público de campanha. O Brasil caminha para uma americanização da política, rumamos para ter dois ou três partidos no Brasil, a tendência é a fusão. Sobre o voto obrigatório, o PSOL não tem posição fechada sobre o assunto, defendo o fim do voto obrigatório, no máximo dois mandatos somente no legislativo, fim da reeleição. O PSOL teve uma proposta concreta de limitar o s gastos do legislativo em 2% da receita corrente do município, é uma proposta concreta relacionada à reforma política em nosso município. Com as receitas crescentes das prefeituras em nossa região, o limite em 6% da receita líquida para a Câmara é um valor muito elevado. Isto, não é enfraquecer o poder.
ELEIÇÕES 2012
O PSOL disputou em 2008, com uma estrutura reduzida, mas a esquerda irá lançar candidato sim, a intenção é formar um bloco de esquerda com o PSTU. Nós realizamos um plano de governo em 2008, e debateremos novamente em cima do que já foi produzido.
GOVERNO MARCELO BARBIERI (PMDB)
O governo do Marcelo não apresenta um modelo de governo tão diferente, como na Câmara não existe profundas discussões, como por exemplo, no caso das lousas digitais, onde o preço me parece muito fora da realidade. Falta uma oposição na cidade, uma oposição programática que discuta o município. O debate entre Marcelo e Edinho, fica uma coisa sem conteúdo, pois na verdade não encontramos grandes diferenças entre os dois governos. A Câmara esta aprovando constantemente abertura de créditos para a Prefeitura, esmos preocupados com a situação financeira da Prefeitura de Araraquara, não é a toa que Araraquara está na sua terceira epidemia de dengue, saúde e educação têm uma precarização grande, nos preocupamos com o aumento do déficit orçamentário e financeiro da Prefeitura de Araraquara. O sistema Sesi não vai contribuir a educação na cidade, nosso problema não é de modelo, mas de investir no professor e na estrutura escolar. Defendemos um investimento na própria educação da cidade, a mudança deste tipo deveria ter sido debatida num congresso da educação, com envolvimento maior. Queremos romper com este modelo, nós do PSOL.
CULTURA POLÍTICA
Queremos reforças a importância da pluralidade para o debate político na cidade, o PSOL pode fazer uma diferença no debate, e apontar questões que as outras forças políticas não estão levantado, iremos cumprir esta função. Levantamos debates como da CTA, das sub-prefeituras de carros alugados, o PSOL, ajuda a forças o debate e sair da mesmice. Vamos trabalhar muito para elegermos representantes na Câmara, nosso partido, por exemplo, somente recebe contribuição em campanha de pessoas físicas. Defendemos que o horário eleitoral também modifique seu modelo, possa trazer debates temáticos a cada semana.
Publicado no jornal Folha da Cidade, Araraquara - São Paulo
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