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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Dança das Cadeiras – Entre o “nada ser” e o “ser qualquer coisa”

Se no início deste ano já se podia apontar o adiantamento das negociações para acordos visando às eleições municipais de 2012 [em que serão eleitos vereadores e prefeito], agora se iniciam os rompimentos políticos. Pois, se a composição tem como meta agregar forças, quase sempre não se pode agregar todos, portanto, começam a gerar as divisões.

Exemplo é a aliança entre os três vereadores petistas com o grupo de cinco vereadores que apoiou Boi à presidência da Câmara Municipal de Araraquara, que logo após foi rompido por desacordos entre os grupos na negociação das comissões permanentes no início deste ano.

Já a base do governo na Câmara conta com seus 10 votos garantidos entre o total de 13 parlamentares, mas, na semana da tempestade que derrubou inúmeras árvores na cidade Serginho Gonçalves (PMDB) e Tenente Santana (PSDB) apontaram em plenário críticas à Prefeitura Municipal, onde afirmaram suposto descaso do poder público municipal para com o corte de árvores apodrecidas nas vias da cidade.
A Prefeitura Municipal não está distante destas negociações, basta se olhar para o quadro de secretários da atual gestão e perceber como parte da acomodação de secretários em suas respectivas pastas, obedeceu a negociações de cunho político-partidário.

Caso emblemático, vem sendo a secretaria de Serviços Públicos que segue sem um secretário próprio [Valter Rozzato secretário de Obras Públicas acumula a função], por motivo de ainda não haver sido selado acordo sobre a referida pasta. Ainda, que nas últimas semanas o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) tenha declarado em evento do PR que estaria disposto a negociar cargos com a sigla e o vereador Paulo Maranata (PR), por sua vez, tenha garantido diálogos com o prefeito para indicar o novo secretário da pasta. A secretária de Serviços Públicos é responsável pela arborização, limpeza pública, iluminação pública, dentre outros serviços municipais.

Fica em aberto quais serão os resultados destas movimentações entre lideranças políticas na cidade. Pois, hoje não estão claras quais são as motivações que regem a formação de maiorias políticas em  Araraquara.

Pronunciamentos como o do atual prefeito de São Paulo Gilberto Kassab quando da criação do seu novo partido, o Partido Social Democrático (PSD), o designando como "não será de direita, não será de esquerda, nem de centro" e terá "um programa a favor do Brasil". Beira a insignificância política, que num jogo que se pretende “nada ser”, pode acabar justificando o “ser qualquer coisa”. Araraquara sabe a que veio, e se durante sua história não o soubesse jamais teria chegado aonde chegou.
Portanto, sejam quais forem as novas forças políticas a serem construídas em Araraquara, precisam ter o mínimo de discurso preenchido de significado para com a sua população.                                                    
                                                                                                                                                                 

Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

Um comentário:

André Henrique disse...

Olá Michael, como vai?

O Kassab diz que o PSD será de centro-esquerda, liberal, mas não decidiu ainda se o partido será governista ou de oposição. Sabemos que partido sem identidade, ou nasce para morrer tão logo dê os primeiros passos, ou vira um parasita fisiológico, como o PMDB, PTB etc.
Infelizmente, não surgiu nenhuma força nova que melhore a política brasileira. O que de melhor temos ainda é o PSDB e o PT, o primeiro oco por dentro, e o segundo, muito dependente da figura do Lula. Os partidos no Brasil precisam se renovar. Ou será que é a nossa política que precisa se renovar? Uma reforma cairia bem? Que tipo de reforma?
Bom texto!