Ai que dó!
Na sessão da Câmara de Araraquara de ontem (31) foi aprovado o projeto que prevê alterar para 18 o número de vereadores para as eleições municipais de 2012. Em discurso o vereador Pastor Raimundo (PP) declarou “refleti e cheguei a uma conclusão, este será um dia histórico para a Câmara, um jornalista e radialista fez com que o legislativo retrocedesse em sua decisão, só posso dizer aí que dó, que dó”
O vereador repetiu a frase de lamento emitida por um menino em vídeo famoso na internet, em que criança lamenta a morte de uma formiga [o vídeo pode ser assistido acima]. No início deste ano a Câmara aprovou aumento para 21 vereadores e hoje conta com 13, sendo que ontem retomou a discussão aprovando 18.
Bola Fora
Em discurso o vereador Carlos Nascimento (PT) comentou seu projeto que incluiu nos arquivos da Câmara Municipal matérias jornalísticas que analisam o primeiro casamento homoafetivo registrado em cartório na cidade de Araraquara. Nascimento destacou a importância de registro histórico do evento.
O casamento ocorreu na sexta-feira (13) deste mês e foi possibilitado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que regulamentou a união de pessoas do mesmo sexo em todo o país. A decisão do STF deve ser comemorada por proporcionar o avanço no reconhecimento legal de uma realidade existente há muito tempo em nossa sociedade.
Tenente Santana (PSDB) em meio ao debate declarou sobre o casamento ocorrido “estamos no século XXI e a gente respeita, mas bola pra frente,né, cada um casa com quem quer, não é?”
Coleta Seletiva
Do líder de governo João Farias (PRB) em discurso sobre a alteração no número de vereadores “no senso comum nenhum de nós aqui é necessário, somos infelizmente descartáveis perante o senso comum”.
1 + 1 = 18
Na calculadora do legislativo tudo acontece um pouco diferente, o PT começou o debate sobre o número de vereadores defendendo 13, prometeu apresentar um projeto de iniciativa popular e após alguns meses apresentou emenda defendendo 17.
A base do governo por sua vez votou em 21 em sua maioria, com alguns defensores de 17 quando da votação no início do ano. Agora a Mesa Diretora propôs 17 retomando um debate que já havia sido resolvido pela própria Câmara. O líder de governo João Farias (PRB) em nome dos que votaram em 21 passou a cogitar o número de 19. No fim, aprovou-se 18 e o PT apresentou emenda defendendo 17. Confuso? Na verdade boa parte dos vereadores ontem (31) em discurso ressaltaram que este debate pouco tinha a ver com números e sim com concepções sobre o tamanho do legislativo.
Enfim, fica a pergunta, qual será a equação que explica o posicionamento dos parlamentares? A política de fato nunca foi uma ciência exata, o que não significa que esteja livre do raciocínio calculado dos políticos.
Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo
Luís Michel Françoso
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