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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Faca Amolada

01.  Pensar em Araraquara está ficando cada vez mais difícil


Esta semana vem sendo de fartura no ambiente político, se por um lado o prefeito e seus secretários vêm contando com aumento dos seus respectivos subsídios, R$ 16 mil e R$ 7 mil. A Câmara Municipal vem contando com um aumento significativo do número de requerimentos apresentados. Os requerimentos são um instrumento legal do legislativo que permite, entre outras funções, exigir esclarecimentos dos poderes constituídos da cidade sobre suas ações atuais e passadas, onde o não envio de resposta em prazo estabelecido pode levar caso ao Ministério Público.
Os requerimentos vêm servindo principalmente como armas políticas para atingir oposição e situação simultaneamente, graças à proximidade das eleições de 2012 na cidade. O que se vêm assistindo em plenário é um repertório imenso de acusações ao atual prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) e ao ex-prefeito Edinho Silva (PT). Propostas, por sua vez, estão escassas infelizmente. A sociedade civil organizada, por outro lado, se vê cada vez mais distanciada da política institucional, por falta de mecanismos de participação popular.
Imprevisível de fato é o futuro político da cidade, pelo menos ao que se pode observar atualmente. A oposição que viu sua atuação institucional ser reduzida a Câmara Municipal, após não estar mais a frente do Executivo depois do término da gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT), vem divergindo ainda claramente de interesses em plenário.  Na semana passada em votação sobre aumento do número de vereadores, a bancada do PT fechou proposta de defender o número de 13 parlamentares ao invés dos 21 propostos. O fato é que o momento de votação do projeto passou despercebido pelos parlamentares petistas, que acabaram por votar favoravelmente ao projeto que previa 21 vereadores. Nesta terça onde foi votado o aumento do salário do prefeito, Carlos Nascimento (PT) debateu condição do colega de partido Edio Lopes (PT) [primeiro-secretário], afirmando que pretende rediscutir a participação de seu partido na Mesa Diretora da Câmara.
O governo por sua vez, vem se mostrando ineficiente enquanto instrumento de atração popular para debater grandes assuntos da cidade, onde temas difíceis que precisamos enfrentar coletivamente estão sendo lançados nas mãos do campo privado.  Exemplos são na educação que irá se apropriar de material pronto do Sistema SESI, na saúde que está em parte sob a gestão da Oscip Instituto Acqua, na CTA que não cria espaços para debater o transporte público na cidade e no Boulevard da Rua Nove de Julho, que representa somente quatro quarteirões e não consegue ser resolvido por inexistência de diálogo entre os interessados. Não se sabe até agora se a prefeitura apóia o transporte público no local ou o transporte individual.
Já se torna visível assim, o início do processo de campanha das eleições de 2012, ainda que a maioria das lideranças políticas da cidade evite comentar suas estratégias e objetivos para o próximo período eleitoral. Mas, ainda que a pronúncia sobre o caso esteja em falta, o que sobra em evidência, são acordos e debates sendo construídos.
A política em Araraquara anda com um olho no futuro e outro no retrovisor, mas estancou e não caminha.

02. Pedagogia do oprimido

Há algumas semanas ocorreu à apresentação de requerimento na Câmara Municipal da vereadora Márcia Lia (PT) onde questiona a compra pela prefeitura de lousas digitais para a rede municipal de educação. O caso foi parar no Ministério Público que irá averiguar as acusações de irregularidades na compra das lousas. Por motivo das acusações da vereadora acirrou-se o debate entre a parlamentar e o secretário municipal Orlando Mengatti Filho (Educação), na última semana. Em programa de rádio da cidade trocaram acusações sobre o caso.
Na sessão legislativa desta semana Márcia Lia (PT) afirmou que irá mover ação na justiça contra o secretário da Educação, segundo a vereadora a ação prevê penalização criminal, civil e patrimonial. “Não podemos permitir que se macule está instituição [Câmara Municipal] ao se dizer que está vereadora é leviana, irresponsável e inconseqüente, porque cumpri minha tarefa. Cumprirei meu trabalho para o qual fui eleita até o final do meu mandato. Meu advogado está aguardando a fita do programa de rádio da cidade onde foram veiculados os pronunciamentos do secretário”, afirmou a líder da bancada petista.

03. Dia da caça e dia do caçador

Parece que as coisas andam mesmo conturbadas no principal partido de oposição ao governo, o Partido dos Trabalhadores, onde na última sessão a legenda apresentou sérias divisões quando da discussão do aumento do subsídio do prefeito. Neste sábado (26) o PT irá realizar reunião entre seus membros através de convocação do Diretório.
O ponto da questão ficou pela posição delicada que o vereador Edio Lopes (PT) tem ao ocupar a Mesa Diretora da Câmara. A vaga na Mesa Diretora fez parte de acordo de petistas com tendência política de Maranata (PR), ambos os grupos contribuíram na eleição do atual presidente Aluizio Braz, o Boi, (PMDB). O problema é que após a eleição outro acordo entre os dois grupos sobre composição das comissões permanentes não foi cumprido, mas Edio permanece na vaga.
Nesta semana na votação do aumento do subsídio do prefeito para R$ 16 mil reais, a única forma de o projeto ser votado era se a Mesa Diretora apresentasse a proposta na Casa de Leis, o que acabou por acontecer nesta terça-feira (22). O presidente da Câmara Aluisio Braz (PMDB) afirmou em defesa de Edio que o petista não assinou o documento que introduziu o projeto no plenário. Mas, em discurso Carlos Nascimento (PT) colega de legenda pediu explicações sobre a questão.
Em discurso Nascimento afirmou “a responsabilidade do aumento do salário é da Mesa Diretora, não do prefeito, a Câmara mostrou que não tem autonomia, não quero acreditar que um companheiro de minha bancada tenha participado desta construção, temos um elemento do partido na Mesa Diretora e temos responsabilidade nesta questão, votei nesta Mesa Diretora porque fui centralizado pelo meu partido”.

4. Entre vivos e mortos

O debate na Câmara desta semana ficou mesmo hegemonizado pela discussão em torno do aumento do salário do prefeito. Em plenário,  grandiosas e criativas foram às comparações entre a gestão do atual prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) e a do ex-prefeito Edinho Silva (PT). Não demoraram a surgirem críticas a Oscip Instituto Acqua que gere o sistema de urgência e emergência da cidade. Já, João Farias (PRB), líder de governo, por sua vez destacou as acusações sobre supostas contratações irregulares de médicos para o Pronto Socorro do Melhado no governo do ex-prefeito Edinho e concluiu dizendo, “resgatar defunto não é bom, porque às vezes o defunto fede”.



Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo


Luís Michel Françoso

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Idosa procura Pronto Socorro com AVC e não é diagnosticada

Foi recebida nesta semana reclamação de família sobre atendimento insuficiente à idosa oferecido pelo Pronto Socorro do Melhado, de Araraquara. A senhora, acompanhada de seu marido, procurou o Pronto Socorro na manhã desta terça-feira (22), às 11h21, alegando vários sintomas que causaram mal estar no último dia, como esquecimento e dificuldades na alimentação. No local passou por exames e atendimento e foi encaminhada para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para procurar um geriatra. Em nenhum momento foi realizado o diagnóstico de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. 
Chegando à unidade de saúde a idosa foi informada que somente seria atendida na manhã do próximo dia, na quarta-feira, 23. A família, preocupada com a situação, a encaminhou para uma clínica particular, onde imediatamente foi diagnosticado um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A idosa foi informada que a ocorrência poderia ter reações mais graves, sendo assim foi medicada e oferecidos os demais acompanhamentos previstos. O diagnóstico foi realizado rapidamente, dado que a paciente apresentava indícios visíveis que caracterizam um AVC. A família se diz indignada.
Apurando a informação, foi consultado o Pronto Socorro do Melhado sobre o caso e, em pronunciamento, a gerente do PSM, Angélica Érica de Oliveira, mostrou o prontuário de atendimento onde foram confirmadas todas as informações da família reclamante. A gerente afirmou que o local não conta com a aparelhagem necessária para diagnosticar um AVC, portanto, o paciente é encaminhado para outra unidade a fim de realizar os exames.
Sobre a falta de diagnóstico, Oliveira afirmou que “a paciente, no prontuário, declarou não apresentar nenhum sintoma naquele momento; o atendimento foi correto”.
O acidente vascular cerebral é causado pela obstrução de uma artéria que interrompe o fluxo de sangue, as células da área afetada morrem, podendo causar sequelas ao paciente. Dependendo do local da lesão o paciente pode apresentar paralisias, problemas de fala, de visão, de memória, ou até mesmo chegar a falecer.

DEBATE

A situação do Pronto Socorro do Melhado foi motivo de debate na sessão legislativa desta semana na Câmara Municipal, por motivo da aprovação do aumento do prefeito para R$ 16 mil reais. A justificativa para o aumento foi à necessidade de elevar o salário dos médicos concursados na cidade, dado que o salário dos servidores públicos tem como teto o salário do prefeito.
A líder de bancada do Partido dos Trabalhadores proferiu críticas quando do debate do aumento do subsídio do prefeito, sobre a necessidade de aumento do teto salarial dos servidores públicos como medida para garantir um maior número de médicos na rede de saúde da cidade.  A vereadora questionou o fato de vereadores da base do governo terem defendido o uso da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Acqua para gerenciar o setor de urgência e emergência da área de saúde da cidade (o que inclui o PS do Melhado) para possibilitar a contratação de médicos com salários acima do subsídio do prefeito.
O líder de governo João Farias (PRB) respondeu aos questionamentos da oposição declarando que “é verdade que a Oscip não está resolvendo o problema da contratação de médicos, pois o promotor do município já afirmou que se a prefeitura contratar médicos acima do salário do prefeito acionará os recursos legais”.  Farias ainda relembrou o caso de denúncia sobre contratação de médicos em situação irregular no Pronto Socorro do Melhado quando da gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT).


Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Câmara aprova aumento do salário do prefeito para R$ 16 mil

Aumento demonstra orçamento público positivo e gera expectativa para o debate sobre salário da categoria dos servidores públicos da cidade

Ontem (22) foi aprovado na sessão legislativa o aumento do subsídio ao prefeito e aos secretários do Executivo de Araraquara. O subsídio ao prefeito foi alterado pela última vez no ano de 2000, sendo que ontem foram aprovados pela Câmara aumento para R$ 16 mil do subsídio ao prefeito, R$ 8 mil para o vice-prefeito e R$ 7 mil para secretários, em valor bruto. Foram apresentados dois projetos na sessão, o primeiro sobre alterações no subsídio ao prefeito e o segundo aos secretários, a proposta foi apresentada pela Mesa Diretora da Câmara. As duas propostas foram aprovadas com nove votos favoráveis e três contrários da bancada petista [Edio Lopes (PT), Márcia Lia (PT) e Carlos Nascimento (PT)]


Quando do início da apreciação da propositura o líder de governo João Farias (PRB) pediu inversão de pauta para votar primeiramente os projetos do subsídio ao prefeito e secretários. O pedido foi aprovado por sete votos a cinco, os contrários na votação foram os três vereadores petistas, Tenente Santana (PSDB) e Lapena (sem partido). Logo após, o líder de governo solicitou ao plenário a suspensão da sessão por cinco minutos para a elaboração de emenda ao projeto junto dos vereadores da base do governo.

O projeto foi introduzido na Câmara através de ofício enviado pelo prefeito com informações sobre a alteração salarial. O presidente da Câmara Aluisio Braz, o Boi, (PMDB) após a interrupção da sessão afirmou considerar justo que a Mesa Diretora apresentasse um substitutivo ao projeto, ao invés da emenda de um vereador. Com a alteração o projeto passou a prever aumento no salário do prefeito para R$ 16 mil reais, ao invés dos 18 mil enviados pelo Executivo e R$ 7 mil para os secretários, a primeira proposta previa R$ 7,8.

ARGUMENTOS DO GOVERNO

Um dos principais argumentos dos vereadores da base do governo sobre o aumento do salário do prefeito e secretários do Poder Público diz respeito à necessidade de ampliar o teto salarial do servidor público municipal. Tal aumento se justificaria pelo motivo de possibilitar o pagamento de maiores salários aos médicos concursados do município, que não podem ampliar seus provimentos por terem de respeitar o teto do salário do prefeito. Outro argumento de defesa do governo é sobre a defasagem salarial dos secretários que dificulta a manutenção de um quadro permanente disponível ao prefeito, frente aos melhores salários oferecidos pelo campo privado.

ARGUMENTOS DA OPOSIÇÃO

A bancada petista questionou qual a razão da Oscip Instituto Acqua não ter resolvido a questão da contratação de médicos no município, dado que o Executivo teria utilizado esta razão como uma das principais para justificar o uso da Oscip na gestão de setores da saúde de Araraquara.

A oposição destacou ainda o fato de nesta legislatura já ter votado aumento do salário para os médicos. A líder de oposição Márcia Lia (PT) questionou qual será a discussão na Câmara sobre o aumento para a categoria dos servidores públicos quando do momento do debate da data-base neste ano.

Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

FACA AMOLADA

01. Secretaria de Serviços Públicos deve ter Roberval Fraiz (PRB)



Com a saída do então secretário municipal de Serviços Públicos Weber Ciloni, vários nomes passaram a ser indicados nos bastidores para o cargo. Por enquanto, foi indicado pela prefeitura o atual secretário de Obras Públicas Valter Rozzato para acumular a pasta, mas como o setor de obras e serviços públicos foi desmembrado durante o governo Marcelo Barbieri (PMDB), novo nome deve ocupar o cargo [foi aprovado a divisão entre secretaria de Serviços Públicos e secretaria de Obras Públicas].

Segundo foi apurado nos bastidores o indicado para o cargo de secretário de Serviços Públicos seria o ex-vereador Roberval Fraiz (PRB).


Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, Ciloni foi indicado para assumir cargo no governo estadual, indicado pelo deputado estadual Roberto Massafera (PSDB), deputado federal Dimas Ramalho (PPS) e o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB).


Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo


Luís Michel Françoso

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pode ser votado hoje aumento do salário do prefeito

Último aumento ao prefeito foi no ano de 2000, na época os salários dos vereadores e dos secretários municipais foram reduzidos em 19%

Na sessão legislativa de hoje (22), são grandes as chances de ser votado o aumento do salário do prefeito municipal Marcelo Barbieri (PMDB). Aprovação neste ano de emenda que permite alterar o salário do prefeito em qualquer período da legislatura permitiria proposta. Ainda, segundo o artigo 22 da Lei Orgânica do município é atribuição da Câmara regulamentar alterações no salário do Prefeito, necessitando para tal de um projeto de autoria da Mesa.
O líder do governo na Câmara João Farias (PRB), questionado por telefone sobre o assunto, afirmou existir uma possibilidade de fato de ser votado o aumento do salário do Prefeito Marcelo na sessão de hoje e declarou estar aguardando apenas a iniciativa da Mesa Diretora para o projeto entrar em votação.
REAJUSTE SALARIAL DOS MÉDICOS E OSCIP
O aumento salarial se apresenta enquanto medida que visa poder reajustar o salário do Chefe do Executivo que não tem alteração desde 2000. Outra questão que implica diretamente na questão do aumento diz respeito à possibilidade de elevar o salário dos médicos concursados pela Prefeitura Municipal. O salário do Prefeito se constitui enquanto teto salarial para todos os servidores públicos do município.
Apesar de a Oscip Instituto Acqua ter sido contratada para poder empregar médicos com maiores salários para assegurar o atendimento à população no Pronto Socorro do Melhado, a proposta se aprovada pela Câmara atenderia também os demais médicos que compõem toda a rede básica de saúde do município.
A aprovação da proposta permite alteração do salário do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais em qualquer período do mandato. Desde o ano passado tramitava na Câmara a Proposta de Emenda Organizacional da Mesa Diretora à Lei Orgânica do Município (LOM), com a aprovação fica dispensada a alteração do salário do Prefeito apenas no final de cada legislatura para ser executada na seguinte. Na prática o aumento salarial do Prefeito pode ser alterado em qualquer período.
HISTÓRICO
              No ano de 2000, em Araraquara, os então 21 vereadores da Câmara aprovavam o aumento de cerca de 25% do salário do prefeito e de 35% no provimento ao vice-prefeito. Na época o salário do Prefeito com o aumento passava ao valor de R$ 7.800,00 [sem os descontos] para 9.800,00. Já os salários dos vereadores e dos secretários municipais foram reduzidos em 19% na época, segundo informações no caso dos vereadores para adequações previstas em lei.
Em plenário a proposta de aumento do salário do prefeito contou com sete votos contrários dos seguinte parlamentares  Edinho Silva (PT), Vanildo Trindade (PSDB), Amador Bandeira (PSDB), Paulo Marques (PL), Mário Joel Malara (PPB), Carlos Roberto Marques (PPB) e Valderico Jóe (PFL). Na época o presidente da Câmara era o parlamentar Flavio Ferraz (PPB).




Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vereador João Farias (PRB) é o segundo entrevistado sobre forças políticas

Não é verdade que a participação popular regrediu em Araraquara, o OP hoje reúne muito mais gente do que no passado, até por que o modelo deste governo é muito mais participativo”, vereador João Farias (PRB)


João Farias (PRB) é vereador em primeiro mandato e atualmente ocupa a função de líder de governo. Farias concede a segunda entrevista de nosso ciclo de três com lideranças das tendências políticas do legislativo, o vereador é o principal articulador da base do governo, que conta com atualmente com dez parlamentares.
Cada entrevistado tem de responder a 10 questões pré-elaboradas que são apresentadas a todos os três entrevistados, é reservado o direito de se abster a responder a qualquer uma das questões ao entrevistado. Ainda que a ausência opinativa constará na entrevista publicada. Além das questões fica ainda o entrevistado com direito a complementar uma questão não prevista nas perguntas já elaboradas.
                  Durante entrevista Farias afirma sobre sua história  “Araraquara me deu um presente em 2008 que eu não acreditava que a cidade fosse capaz de me dar, de eleger um vereador que não tinha raízes concretas com a cidade, que vivia na cidade há apenas oito anos e que teve como principal motivo para vir a construção de um projeto político, que foi a  eleição do ex-prefeito Edinho Silva [PT]”. Confira abaixo a entrevista:

01. O senhor (a) concorda com a avaliação de que a Câmara estaria dividida em três tendências políticas? Como senhor (a) define a sua tendência política?
Primeiro não compactuo desta tese, na verdade a Câmara hoje se constitui de fato em dois blocos, um bloco de vereadores da base do governo do prefeito Marcelo Barbieri [PMDB] que tem inclusive como membro o presidente da Câmara [Aluisio Braz, o Boi, (PMDB)] e o segundo dos três vereadores da oposição, que são do PT. A divisão que se deu na disputa pela presidência da Câmara se dissolveu logo após o término deste processo, a maior prova disto é a composição que se constituiu nas comissões. Onde foi respeitada a proporcionalidade dentro da Casa e a participação da bancada do Partido dos Trabalhadores, mas tendo claro que a composição se deu neste grupo hegemônico da Casa, que é o grupo da base do governo. Do ponto de vista da ação legislativa, do debate de matérias os vereadores da base estão alinhados, os grupos não negociam em separado os projetos do executivo, não faço diálogo como líder de governo separado com os grupos, assim na prática não se efetiva a divisão entre os três grupos. É evidente que os treze vereadores têm interesses diferentes, agimos de forma coletiva, mas cada um dos vereadores tem ação individual. Porém, do ponto de vista coletivo o que está configurado é uma maioria que é a base do governo e uma minoria que é a da oposição.
02. O senhor (a) concorda com a argumentação de que os debates no plenário da Câmara são por muitas vezes de baixo conteúdo político?
Muito pelo contrário, acho que o debate em plenário tem uma qualidade do ponto de vista da sustentação altamente rico, acho que o que destoa um pouco são os interesses que estão por trás do discurso, acho que às vezes a Câmara e particularmente a oposição liderada pela líder de bancada do PT Márcia Lia, acaba buscando um viés para determinados debates com interesse muito mais de criar um desgaste ao governo do que necessariamente discutir o método e o conteúdo da matéria. Acho que deixei isso muito claro quando demonstrei o comportamento diferente da líder da bancada em dois episódios discutindo o mesmo assunto [Faria se refere a projeto que prevê alterações a benefícios para a categoria de motoristas da Prefeitura Municipal, aprovado ano passado e revogado neste ano], numa posição clara de que a bancada foi omissa no debate, votou a favor do projeto que estava em discussão e quando o projeto foi para ser revogado tentou se posicionar como se tivessem alertado que o projeto era ruim para a sociedade na época, como se as pessoas tivessem memória curta do que havia acontecido no passado, quando acabam agindo pelos seus interesses políticos partidários, isso sim considero que enfraquece o debate
03. Qual a posição do senhor (a) em relação ao descumprimento de lei aprovada pela Câmara no caso que se refere à apresentação pela Prefeitura de Araraquara sobre relatório de dados referentes à arrecadação e execução orçamentária da CIP – Contribuição de Iluminação Pública? (A lei referida é de autoria do vereador Marcos Rodrigues e obriga a Prefeitura a declarar a Câmara quais os locais onde foram investidos os recursos da CIP)
Todos os governos têm que buscar aquilo que a legislação estabelece,  agora é importante salientar que isto é uma incidência que ocorre desde 2003, a pratica de encaminhar para a Casa um relatório incompleto. Já tive um diálogo com o governo neste sentido, tem um problema operacional tendo em vista que é uma quantidade imensa de informações, mas vamos encontrar um mecanismo para corrigir esta imperfeição de mais de nove anos, acho que a Câmara tem que receber todas as informações que estão estabelecidas pela lei.
 04. Qual a sua avaliação sobre a atual gestão do presidente da Câmara Municipal Aluizio Braz, o Boi, (PMDB)?
Qualquer avaliação ao mandato de presidente do Boi se limita as intenções que ele vem demonstrando neste momento preliminar, as primeiras ações mostram que ele vai ter um mandato assentado no que ele prometeu na candidatura dele democratizar a Câmara municipal, tentar aproximar a população, e para isso esta reestruturando o setor de comunicação da Casa, e isto é positivo. Agora é cedo para saber se aquilo que o presidente propôs como plataforma vai se consolidar de fato na prática, no cotidiano, tendo em vista as várias diversidades que um legislativo tem, mas as intenções são positivas, ele quer construir uma Câmara mais forte.

05. No final do segundo semestre do ano passado foi elaborado relatório do Ministério da Saúde apontando diversas irregularidades na gestão do Pronto Socorro do Melhado, onde requisitava a visita da vigilância sanitária para averiguar a questão, tal relatório de conclusão ainda não foi divulgado. Qual a sua posição para esta questão? (O caso ocorreu em 2010 e este jornal após diálogo com a secretária de Saúde na época ainda não recebeu informações referentes ao relatório da vigilância sanitária no PS do Melhado, na época o Ministério da Saúde apontou problemas como falta de tampa nos lixos, atendimento incorreto para o público infantil, higienização das mãos de médicos no mesmo local onde se limpavam panos de chão, dentro outras questões)
 É fundamental neste debate se reconhecer o eixo desta discussão, o Pronto Socorro foi construído no lugar errado e a prova disso é que o Ministério da Saúde não aprovou a construção da nova UPA –2 [Unidade de Pronto Atendimento] naquele local.  Não aprovou e apontou uma série de irregularidades na concepção da construção do pronto socorro, como por exemplo, você ter no mesmo local o pronto atendimento emergencial e um centro odontológico, que são dois serviços incompatíveis para estarem no mesmo lugar. O grande equívoco desta história toda, foi ter construído naquele local o Pronto Socorro do Melhado e o governo anterior bancou a construção gastando recursos imensuráveis, teve inclusive que vender uma rua para garantir equipamentos para por o pronto socorro para funcionar. O prefeito Marcelo está corrigindo este erro hoje, construindo a UPA- 2, mais próxima da região central. De fato, tivemos o serviço no Pronto Socorro do Melhado durante um período precarizado, porque tivemos que refazer o contrato com uma Oscip, este problema é ultrapassado, a situação do pronto socorro hoje caminha na normalidade, o atendimento com qualidade e com equipamentos necessários. A parceria com a Oscip tinha sido interrompida por conta de uma ação da oposição, que buscou inclusive inviabilizar durante um período o atendimento de qualidade no pronto socorro do Melhado. O crucial nesta história mais uma vez é que o município investiu recursos num local onde não deveria ter investido, e quem disse isso é o Ministério da Saúde do governo federal.
06. A que se deve o fato do trabalho legislativo ter baixa produção no que se refere à formulação de projetos de lei e criação de comissões de estudo?
 Considero que a gente tem que criar comissão que se faça necessária, uma comissão de estudo deve focar temas que estejam ligados diretamente a algum problema eminente da cidade. Compus comissão que acompanhou denúncias de irregularidades sérias da administração anterior, tivemos ainda uma comissão que fui presidente para discutir e reavaliar o PCCV [Plano de Cargos e Carreira]. Já a participação do vereador está ligada ao seu interesse em determinado assunto, as comissões são importantes, mas tem que ter critério.
07. A Câmara Municipal se constitui enquanto espaço privilegiado do debate político na cidade, o senhor (a) considera que a cidade retrocedeu no que diz respeito a políticas de participação popular, como plenárias e conferências?
 Muito pelo contrário o problema é que a gente precisa identificar qual o papel de cada organização, qual é o papel dos conselhos? Do orçamento participativo? Eles tem funções completamente distintas da Câmara. O espaço político para as grandes discussões da cidade é a Câmara Municipal, aqui está à essência da representação da cidade, os treze vereadores foram eleitos com os votos da totalidade da população da cidade, de uma forma ou de outra a cidade como um todo esta representada na Câmara e também os partidos políticos que disputaram a eleição. Quem discute os grandes sistemas políticos, os projetos, as principais ações governamentais é o poder legislativo. O papel dos conselhos e do OP é um papel diferenciado, inclusive ele não pode ser contaminado pela política partidária, ele não pode ser espaço de discussão política, tem que ser um espaço de discussão de ações públicas, de políticas públicas, de estabelecer onde vão ser gastos recursos do Executivo. Agora o projeto político mais geral da cidade, os rumos da cidade no que diz respeito às grandes discussões democráticas, o espaço para isso é o poder legislativo. Misturar estes dois poderes diferentes é não reconhecer as legitimidades de cada um dos processos. Não é verdade que a participação popular regrediu em Araraquara, o OP hoje reúne muito mais gente do que no passado, até por que o modelo deste governo é muito mais participativo, porque se dividiu a cidade em mais regiões e proporciona  maior participação, os conselhos que sempre funcionaram no passado continuam existindo, o que se tem hoje é uma tentativa da oposição em querer colar a imagem que este governo não prioriza a participação popular, por que a oposição tem como patente que a participação popular só se dá com eles, a oposição tem esse problema de achar que é “dona da verdade”, de que só o PT sabe fazer a participação popular e aí acaba cometendo esses equívocos, se pegarmos de 2001 a 2008 e comparamos com o período nas plenárias do OP de 2009 a 2011 você vai verificar que tem um significativo aumento do número de participantes, se teve aumento de participantes como vai se dizer que diminuiu a participação popular?
08. A CTA vem passando por um processo de sucateamento da sua estrutura onde ônibus estão deteriorados, ocorrem atrasos e superlotação dos ônibus, em contrapartida a arrecadação do Executivo Municipal aponta dados favoráveis a cada ano, que medidas pretende tomar em relação a esta situação?
Eu acho que precisa melhorar, não podemos negar que ainda existem algumas deficiências na área do transporte público em Araraquara, agora é importante dizer também que o prefeito Marcelo assumiu a CTA numa situação de capacidade de investimento zero, uma dívida grande da Prefeitura com a CTA e uma divida grande da CTA com o INSS. O investimento que foi feito na CTA de 2001 a 2005 custou um preço caro para a CTA, pois ela não conseguiu ainda recuperar a sua capacidade de investimento. Mas, hoje a CTA vive uma situação diferente do que era quando assumimos, existe uma possibilidade real da aquisição de mais vinte novos veículos ainda neste ano, a CTA vem fazendo um trabalho grande de manutenção recuperação da frota existente, não tenho duvida nenhuma que o quadro hoje é melhor do que quando assumimos.
09. O Boulevard da Rua Nove de Julho continua com problemas na circulação de carros estacionados em horário proibido, circulação em horário não permitido e tráfego intenso, você considera que a Prefeitura não vem conseguindo cumprir o que está previsto em lei neste caso?
O Boulevard da Rua 2 com certeza é um dos maiores problemas da administração , e não é desta, da administração passada porque ela recuou na construção do Boulevard em relação ao projeto original. O Boulevard até hoje não consegue satisfazer ninguém, por que todo mundo pode tudo e todo mundo não pode nada, entre lojistas, motoristas e usuários do transporte coletivo. O prefeito vem buscando uma alternativa para conseguir um equilíbrio ao problema que se criou quando da criação do Boulevard, ainda não encontramos a fórmula correta, porque se têm muita resistência hoje de fazer uma ação radical no Boulevard. Pois, quando da implantação deveriam ter feito um calçadão, no meu entendimento, mas hoje a cidade não está preparada para está mudança. Se na época tivesse sido feita a cidade já teria se adaptado.
10. Quais os seus objetivos para as eleições municipais de 2012?
É difícil dizer quais são os meus objetivos, pois eu me sinto em dívida com Araraquara, pois Araraquara me deu um presente em 2008 que eu não acreditava que a cidade fosse capaz de me dar, de eleger um vereador que não tinha raízes concretas com a cidade, que vivia na cidade há apenas oito anos e que teve como principal motivo para vir a construção de um projeto político, que foi a eleição do ex-prefeito Edinho Silva [PT]. Ocupei um cargo importante no governo Edinho, e depois tive um rompimento duro com o ex-prefeito. Mesmo assim a cidade soube reconhecer na minha pessoa alguém que pudesse ser útil na Câmara Municipal. Busco desenvolver o meu mandato da melhor forma possível. Considero que tenho certa facilidade de apresentar as minhas argumentações, atuei como chefe de gabinete e tenho conhecimento para debater os grandes projetos do município. Considero a lei da “taxa zero”, que pôs fim a taxa do lixo, uma vitoria de minha luta, da minha mobilização, pois foi uma bandeira da minha atuação política na Câmara e antes dela. É evidente que eu devo disputar as eleições em 2012, mas agora estou focado em desenvolver está minha nova tarefa como principal defensor do governo Marcelo Barbieri (PMDB).


 Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

Inscrição para candidatos na eleição do Comcriar vão até dia 24

Em entrevista o presidente Samuel Brasil Bueno do Comcriar (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Araraquara) apresentou as principais regras para a participação no processo de eleição dos novos conselheiros tutelares de Araraquara. Sobre as eleições Bueno afirma “queremos eleger dois conselhos tutelares fortes, nosso trabalho é muito abrangente, atendendo principalmente casos relacionados ao abuso sexual, drogas e problemas com cerol” A cidade conta com dois conselhos tutelares em funcionamento e as inscrições para candidatos a conselheiros poderão ser realizadas até o dia 24 de fevereiro na sede do Comcriar, das 13h às 17h.
A primeira fase do processo eleitoral se prolonga até o dia 24 deste mês e se refere a inscrição dos candidatos a conselheiro tutelar, as vagas estão abertas a ambos os sexos, é necessário ser maior de 21 anos, apresentar certificado de conclusão do ensino médio e comprovante de experiência no trabalho com crianças e adolescentes de mais de 400 horas, na condição de voluntário ou não. A entidade onde foi realizado o trabalho deve ainda estar cadastrada no Comcriar. Demais casos serão analisados pelo Conselho da Criança e Adolescente do município.
Já as eleições para votação nos conselheiros serão realizadas no dia15 de maio, das 08h às 17h, na escola João Manoel do Amaral localizada na Avenida La Sale, sem número, Bairro Jardim Primeira (em frente ao campo da Ferroviária). Para votar é necessário ser maior de 16 anos, estar portando título eleitoral ou documento com foto e comprovante de endereço.
O Comcriar está localizado no Centro da cidade na Rua 8, número 3098, esquina com a avenida 36, na antiga escola estadual Padre Culturato. O edital com informações sobre o processo de inscrição de candidatos e forma de participação na votação pode ser encontrado no site da Prefeitura Municipal de Araraquara, no endereço www.araraquara.sp.gov.br.



Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

            Luís Michel Françoso

Faca Amolada



Sinal amarelo

Nos bastidores da Câmara Municipal é cada vez maior o número de comentários relacionados às eleições municipais de 2012, onde serão votados os candidatos a vagas de vereador e prefeito. O motivo é que grande parte dos partidos e grupos políticos começaram a realizar o planejamento de suas ações para o desafio eleitoral a ser enfrentado no município.
Um dos principais comentários diz respeito à possibilidade da atual vereadora Márcia Lia (PT) de assumir a função de candidata a prefeita pelo seu partido em 2012. Em entrevista, Márcia Lia confirmou a informação de que a tendência interna no PT que integra já teria indicado o seu nome para ser a candidata a prefeita de Araraquara. Márcia Lia afirmou ainda que a tendência já está em consenso em relação a seu nome, mas, afirma que falta o partido tomar posição em relação ao assunto.
Márcia afirmou que tem a intenção de ser candidata a prefeita e que acredita na necessidade do PT encabeçar uma candidatura junto a aliados nas eleições de 2012.



Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

            Luís Michel Françoso

Câmara terá 21 vereadores a partir de 2013

Na sessão legislativa de ontem (15) foi aprovado projeto que altera o número de vereadores da Câmara Municipal de Araraquara para 21. O projeto que fixa em 21 vereadores foi aprovado por unanimidade sendo que foram apresentadas quatro emendas a propositura.  Com a derrota da emenda petista que fixava em 13 o número de vereadores do legislativo prevaleceu ,portanto, a redação do projeto que altera o número de vereadores da Camara para 21. A medida passa a vigorar para os candidatos ao cargo de vereador nas eleições municipais de 2012, que no caso disputarão 21 vagas e não mais treze como atualmente.
            A primeira emenda de autoria do vereador Carlos Nascimento (PT) propõe plebiscito  popular sobre o tema de alteração do número de parlamentares, a segunda emenda de autoria do vereador Lapena ( sem partido ) fixa em 17 vereadores no legislativo, a terceira emenda apresentada pela bancada do Partido dos Trabalhadores estabelece em 13 o número de parlamentares e a quarta emenda já havia sido proposta pelo presidente da Camara em exercício em 2010 vereador Ronaldo Napeloso (DEM) que propunha 13 vereadores no legislativo municipal. A primeira emenda foi retirada pelo autor Nascimento (PT), a segunda foi rejeitada em votação, a terceira foi rejeitada por sete votos a cinco [com votos favoráveis de Carlos Nascimento (PT), Marcia Lia (PT), Edio Lopes (PT),  Lapena (sem partido) e Juliana Damus (PP)] e a quarta emenda também foi retirada de votação.
            Fato inesperado ocorreu com a bancada do Partido dos Trabalhadores que apesar de apresentar emenda propondo número de 13 vereadores para a próxima legislatura acabou por votar favoravelmente ao projeto que fixa em 21 o número de parlamentares.  Sobre o caso, Nascimento (PT) afirmou "estou atordoado, o PT cometeu um erro histórico hoje nesta Casa, temos a humildade de reconhecer publicamente o erro, ficamos em silencio durante a votação do projeto e o nosso silencio acabou se atrelando a votação dos 21 vereadores". Mas, petiscas reafirmaram a sua posição favorável a manutenção de 13 vereadores na Casa durante as discussões. Em defesa do número atual de 13 vereadores Nascimento (PT) afirmou " é constitucional que Araraquara tenha 13 vereadores , nós precisamos redefinir a nossa relação com a população, as pessoas estão dizendo para não aumentarmos o número de vereadores, pois estamos em débito, porque mal fazemos o trabalho interno das comissões permanentes e do Fórum Orçamentário, antes de alterar o número de vereadores precisamos primeiro mudar algumas coisas".
            O líder de governo Joao Farias (PRB) que defende o aumento para 21 parlamentares afirmou "nós temos que defender um número maior de vereadores, para estimular a todos a participação nesta Casa, podendo assim atrair mais cidadãos de bem para a política". João afirmou ainda considerar difícil a relação da Camara com a população e que a restrição da participação no legislativo representa uma falta de democracia. O vereador Elias Chediek (PMDB) que também se colocou favorável ao aumento do numero de vereadores fundamentou sua fala em dados presentes na constituição federal que regem sobre a disposição do número de vereadores em municípios,  afirmando que com o número atual de 13 vereadores em Araraquara, cada parlamentar  corresponde a 16.300 cidadãos, na avaliação de Chediek atualmente a Câmara esta sobrecarregada pelo número de demandas apresentadas pela sociedade
                                                                                                                                                                                                                                                                                                      HISTÓRICO

            Já faz algum tempo que a Câmara vem discutindo o projeto de lei que altera o número de vereadores, tal debate se iniciou após alteração no artigo 29 da constituição federal, no seu inciso IV, que prevê, dentre outras normas, que " 21 vereadores nos municípios com mais de 160 mil habitantes e de até 300 mil. Mas, a decisão sobre o numero de vereadores, segundo a legislação federal, fica a cargo da Camara Municipal de cada cidade. Em Araraquara o debate foi iniciado pela Mesa Diretora na gestão do então presidente da Camara em 2010 e vereador Ronaldo Napeloso (DEM) por meio de proposta que estabelecia um teto de 13 vereadores no legislativo araraquarense.

Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo


Luís Michel Françoso

Vereador Paulo Maranata (PR) inaugura ciclo de entrevistas sobre forças políticas

Paulo Maranata (PR) é vereador em primeiro mandato, empresário, e atualmente ocupa o cargo de presidente municipal do Partido Republicano. Maranata concede a primeira entrevista de nosso ciclo de três com lideranças das tendências políticas do legislativo, o vereador é o principal articulador da primeira tendência da Câmara com cinco vereadores da base do governo que organizaram a eleição do atual presidente Aluisio Braz, o Boi, (PMDB).
Cada entrevista tem de responder a 10 questões pré-elaboradas que são apresentadas a todos os três entrevistados, é reservado o direito de se abster a responder a qualquer uma das questões ao entrevistado. Ainda que a ausência opinativa constará na entrevista publicada. Além das questões fica ainda o entrevistado com direito a complementar uma questão não prevista nas perguntas já elaboradas.
Maranata assim define sua concepção política “o Partido da República vem trabalhando muito para melhorar seu quadro político, estamos nos destacando pelo perfil de atuação nos bastidores  e sabemos que a política é um contexto e não podemos ter uma atuação política de tribuna, de inauguração, mas podermos fazer uma política de contexto, de articulação, que atraias  verbas de Brasília, benefícios ao município, queremos que a população entenda esta realidade da política”. Confira abaixo a entrevista:


01. O senhor (a) concorda com a avaliação de que a Câmara estaria dividida em três tendências políticas? Como senhor (a) define a sua tendência política?
Olha não concordo que tenham três tendências, e sim que acabou se formando três grupos por força da necessidade de ter abertura no governo, dois grupos são para abertura e um é oposição. O cenário quando entramos (grupo de vereadores ao qual Maranata pertence) era um cenário do Executivo distanciado dos vereadores novos, foi isso um dos motivos da criação do nosso grupo, foi para que o Executivo também nos inclui-se na discussão dos projetos e nos debates importantes da cidade. No momento que nós sentimos está dificuldade a única maneira foi de criar o grupo e sabíamos que ainda teríamos a necessidade de fazer a diferença, e a diferença passava pela construção de um padrão político maior, que foi a conquista da presidência, é lógico que para alcançar não conseguiríamos com o apoio do governo por que era um grupo fechado, a única maneira, a mais óbvia foi nos  aproximar-nos da oposição e ver a dificuldade que estavam enfrentando, entrar no contexto da oposição ajudando-a e nos comprometendo em algumas questões. Lógico que após a vitória tínhamos que ouvir também a oposição, mas neste contexto fizemos a aproximação com a oposição, mas não sendo a oposição. É diferente você se aproximar da oposição para ganhar um contexto do que se aproximar da oposição para ser oposição. Esta foi a finalidade, após a conquista da presidência vamos o nosso grupo se fortaleceu ainda mais, temos a presidência da Câmara, a vice-presidência, o segundo-secretário e a participação em quase todas as comissões permanentes. Está aproximação foi necessária, porém somos base do governo,  o principal intuito que tínhamos no grupo, é de um governo sério , transparente e um governo que traz benéficos para a cidade.
02. O senhor (a) concorda com a argumentação de que os debates no plenário da Câmara são por muitas vezes de baixo conteúdo político?
Concordo plenamente por que muitas vezes é imprópria, são posições muito baseadas no que foi o governo passado e o que é o governo agora, situação que nada constrói.
03. Qual a posição do senhor (a) em relação ao descumprimento de lei aprovada pela Câmara no caso que se refere à apresentação pela Prefeitura de Araraquara sobre relatório de dados referentes à arrecadação e execução orçamentária da CIP – Contribuição de Iluminação Pública? (A lei referida é de autoria do vereador Marcos Rodrigues e obriga a Prefeitura a declarar a Câmara quais os locais onde foram investidos os recursos da CIP)
Meu pai me ensinou o seguinte que quando a gente faz uma coisa com transparência não existe nada que nos impeça de mostrar. Agora considero que o governo tem de se pronunciar e esclarecer se está providenciando ou não, se o dinheiro arrecadado vem para fazer realizações, o governo se estiver fazendo que fale que esta fazendo se não estiver que diga que não está
04. Qual a sua avaliação sobre a atual gestão do presidente da Câmara Municipal Aluizio Braz, o Boi, (PMDB)?
Nós vamos poder avaliar somente no final do mandato, é curto ainda o tempo para se avaliar, não deu tempo nem para tomar ciência da situação, o que ajuda o Aluisio Braz é o caráter que ele tem, acredito que com essa transparência que ela tem possa vir a fazer uma ótima gestão, estou confiante nisso, creio na possibilidade de erros e acertos, porém mais acertos do que erros, estou com ele e não abro de qualquer coisa.
05. No final do segundo semestre do ano passado foi elaborado relatório do Ministério da Saúde apontando diversas irregularidades na gestão do Pronto Socorro do Melhado, onde requisitava a visita da vigilância sanitária para averiguar a questão, tal relatório de conclusão ainda não foi divulgado. Qual a sua posição para esta questão? (O caso ocorreu em 2010 e este jornal após diálogo com a secretária de Saúde na época ainda não recebeu informações referentes ao relatório da vigilância sanitária no PS do Melhado, na época o Ministério da Saúde apontou problemas como falta de tampa nos lixos, atendimento incorreto para o público infantil, higienização das mãos de médicos no mesmo local onde se limpavam panos de chão, dentro outras questões)
Perfeição não existe principalmente na área da saúde, se a secretária não passou o relatório tem por obrigação passar ou anunciar ao governo para que tome as medidas cabíveis para solucionar a questão. Esta é uma questão que considero que é simples de ser resolvida, no meu ponto de vista.
06. A que se deve o fato do trabalho legislativo ter baixa produção no que se refere à formulação de projetos de lei e criação de comissões de estudo?
Eu avalio de outra forma esta questão, as comissões estão sendo feitas, elaboradas e cumpridas às metas determinadas, cada vereador tem direito de executar a sua função como legislador, fiscalizar, ter participação popular. Agora fazer projeto de lei é que se torna um pouco complexo, pois muitas vezes o projeto proposto é considerado inconstitucional, às vezes também existem impeditivos jurídicos, ou já existe a propositura em outros termos, não é que os vereadores não façam. Agora é lógico que cada vereador tem um perfil, não que o trabalho do legislativo seja mal elaborado. É que cada vereador passa por um perfil, o meu perfil é mais empresarial, é mais religioso, eu faço mais projetos de leis voltados ao comércio e a algumas áreas da população, pois não tenho como falar de setores que não conheço, é lógico que nos aprofundamos nos temas, tentamos fazer o possível, mas se não tivermos o diálogo com a população não poderemos saber quais são as necessidades.
07. A Câmara Municipal se constitui enquanto espaço privilegiado do debate político na cidade, o senhor (a) considera que a cidade retrocedeu no que diz respeito a políticas de participação popular, como plenárias e conferências?
Tenho opinião oposta a isso, não é que o procedimento não funciona, é que muitas vezes não tem pessoas com o perfil correto nos conselhos, é também um trabalho voluntario e o conselho acaba ficando sem muita participação das pessoas que vão dando lugar a compromissos particulares, e aí entra o papel do legislativo que passa a ter a responsabilidade de levar a questão adiante. Vejo alguns conselhos que funcionam brilhantemente. Tem que ter interesse da população, se não existe interesse da população está questão não pode progredir.
08. A CTA vem passando por um processo de sucateamento da sua estrutura onde ônibus estão deteriorados, ocorrem atrasos e superlotação dos ônibus, em contrapartida a arrecadação do Executivo Municipal aponta dados favoráveis a cada ano, que medidas pretende tomar em relação a esta situação?
A CTA é uma empresa mista e a Prefeitura tem uma dívida com a empresa que não sei se já foi sanada, mas o prefeito tenho certeza está tentando viabilizar o pagamento. Os ônibus estão de fato com muito uso, por mais que ocorra a manutenção e eu mesmo fui verificar, por mais que estejam reformando os ônibus acho que nada como ter um ônibus. A população paga as passagens e quer ter conforto, tem sim que dar qualidade, nós temos visto hoje que o caixa da CTA está saudável, nada mais justo que a CTA procure alguma maneira de estar adquirindo novos ônibus. Foram prometidos serem comprados  20 ônibus novos,  como também a construção dos mini-terminais, mas tem que se ter medidas reais , e quando se promete e não cumpre a população cobra, eu ainda não vi os 20 ônibus prometidos
09. O Boulevard da Rua Nove de Julho continua com problemas na circulação de carros estacionados em horário proibido, circulação em horário não permitido e tráfego intenso, você considera que a Prefeitura não vem conseguindo cumprir o que está previsto em lei neste caso?
Avalio como um problema muito sério a prefeitura tem que tomar uma ação neste caso, que precisa ser conjunta, uma ação mais ampla. O comércio precisa da passagem de pessoas, mas constatamos que não há possibilidade de trafegar os dois ao mesmo tempo (ônibus e carros) e esta questão de horários para carros e ônibus você tem que convocar um batalhão de pessoas para resolver a questão. Eu acho que tem que ter uma ação mais incisiva do poder público,  nos horários de pico tem problemas , ou retira o ônibus ou retira o carro, tem que chamar os comerciantes e falar dois não dá,ou um ou outro, no meu ponto de vista transfere no horário de pico os ônibus, porque nos ônibus o prefeito tem acesso, o prefeito tem maior possibilidade de controlar a circulação dos ônibus do que dos carros, os ônibus deveriam passar ou nas travessas ou na rua 0 ou 4. É preciso tomar uma decisão.
10. Quais os seus objetivos para as eleições municipais de 2012?
No meu ponto de vista muitos políticos se destacam na fala, visualmente nas inaugurações, mas muitos políticos fazem o trabalho de bastidores, que é o pior trabalho do meu ponto de vista, por que o bastidor leva você a ter um trabalho muito mais minucioso e detalhista do que aquele dos palanques. Agora acho que 2012 é uma incógnita, por eu faço parte de um partido chamado PR e nós estamos num momento muito crucial da política brasileira , que é a reforma política. Provavelmente passará uma proposta em Brasília aonde os partidos não poderão fazer coligações proporcionais (alianças partidárias entre candidatos a vereador, por exemplo no caso das próximas eleições de 2012). Se isso ocorrer é uma outra conjuntura do processo eleitoral, se não existir a coligação proporcional isto obriga que os partido menores tenham um quadro mais relevante, se não sairemos na desvantagem dos partidos maiores. O PR, por exemplo, nas eleições municipais de 2008 coligou com outro partido no caso com o PV na proporcional, e apoiamos no majoritário  a candidata Edna Martins (na época filiada ao PT e atualmente no PV) a prefeita. Se por acaso ocorrer a proibição das alianças proporcionais os partidos menores vão ter que tomar uma outra ação. Significa que ficaremos totalmente desprovidos de toda esta conjuntura política, porém pode ser que em Brasília haja o contexto da coligação dos partidos menores. Um partido menor começar a fundir com outro para poder disputar as proporcionais, esta é a grande incógnita para 2012 no município. Sabemos que os partidos maiores sairão com cabeça de chapa o PMDB, vem com um o PT vem com outro o PSDB vem com outro para a majoritária em Araraquara (candidatos a prefeito). Outra questão neste tema que nos preocupa é o fato da população votar nos candidatos e depois esquecer que ele existe na eleição as pessoas se lembram dos políticos, porém depois elas esquecem em quem votaram e não acabam cobrando as atitudes do legislativo.
Questão Complementar: Área Azul
Penso que como homem público temos que refletir sobre o aspecto da população hoje estar sugada por impostos e encargos, e benefícios nenhum. Espero que a política se modifique um pouco, falamos muito em transparência, mas não levamos isto até a população, falamos muito em mudança, mas não mudamos. Pelo desgaste que a população tem de tanta carga, nós não estamos aliviando a população. Vou dar um exemplo, a população paga muitos impostos e quando precisa sair da sua casa e vir para o centro e já enfrenta também a área azul, para onde vai todo este dinheiro arrecadado? Vai para empresa? Instituições filantrópicas? Já que queremos um estacionamento rotativo, por que não estipularmos um tempo limite de meia hora para carros, e se após este período a pessoa permanecer no local, aí sim você aplicaria uma multa de alto valor para disciplinar. Manter-se-ia o caráter rotativo.



Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

Confira o que pensam as três forças políticas que compõem a Câmara Municipal de Araraquara


Em entrevistas especiais os leitores poderão conferir o posicionamento político das três tendências políticas que atualmente existem na Câmara Municipal de Araraquara. Foram selecionadas questões que abordam os principais debates políticas da cidade.
 A primeira tendência é articulada pelo vereador Paulo Maranata (PR) com cinco vereadores da base do governo que organizaram a eleição do atual presidente Aluisio Braz, o Boi, (PMDB), a segunda tendência é a da oposição representada pelos três vereadores do PT (Edio Lopes, Carlos Nascimento e Márcia Lia), já a terceira tendência é articulada pelo líder de governo João Farias (PRB) que conta com cinco vereadores da base do governo. Confira abaixo entrevista:

Cronograma especial de domingo:
Entrevistados:
1.    Paulo Maranata (PR) – principal articulador do grupo que apoiou Boi a presidência da Câmara. Publicação no dia 13 de fevereiro de 2011

2.    João Farias (PRB) – líder de governo do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB). Publicação no dia 20 de fevereiro de 2011

3.    Márcia Lia (PT) – líder de bancada do partido de oposição. Publicação no dia 27 de fevereiro de 2011




Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

Faca Amolada


01. O dono da voz e a voz do dono

Os debates na última sessão legislativa na terça-feira (09) foram acalorados e tendem cada vez mais para alimentar a tensão entre o atual governo do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) e o patrimônio político da gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT). O ponto específico onde este debate vem crescendo são quando das apresentações de requerimentos da vereadora Márcia Lia (PT) solicitando informações sobre a gestão do atual prefeito Barbieri.  Assim surgem diálogos como:
O vereador João Farias (PRB) em sessão acusou em discurso a bancada do PT de mentirosa sobre posicionamento na votação de projeto sobre direitos de motoristas da Prefeitura Municipal apresentando vídeo em sessão, em resposta Nascimento (PT) afirmou:
“Com intervenções como essa você faz um desserviço ao seu governo, pois se a bancada do PT  concentrasse as suas forças para somente criticar o governo, esse governo não duraria um mês. Mas, nós temos como princípio maior os interesses da cidade. Queremos saber se este tipo de acusação que você fez é a voz do líder de governo ou é a voz do prefeito, pois saberemos dar a resposta à altura”
Mais tarde, após a vereadora Márcia Lia (PT) apresentar questionamentos referentes à posição da base governista frente aos seus requerimentos apresentados, o líder de governo João Farias (PRB) afirmou:
“A Márcia Lia tem uma capacidade imensa de interpretar, o papel dela é este, tem a capacidade para ser uma vereadora de requerimentos”.  Logo após complementou “não vou chamar de histeria (discurso de Márcia Lia em plenário), pois seria deselegante, vou chamar de exaustão o que a vereadora teve aqui”

02. Tanto bate até que fura

O líder de governo João Farias (PRB) vem mostrando para que retornou a Câmara Municipal após atuação enquanto secretário de Habitação. Onde a cada sessão vem munindo seu discurso de extensas críticas ao Partido dos Trabalhadores o que vem provocando acalorados debates. João vem acusando em particular a vereadora Márcia Lia (PT) de adiantar o debate referente às eleições municipais de 2012 e veladamente aponta a vereadora como possível candidata da oposição a prefeita da cidade. Com seu discurso mais direto na Câmara João Farias vem conseguindo manter os grupos internos da Câmara com as linhas de atuação mais claras e, portanto, pouco passíveis de alianças pontuais. Caso de aliança aconteceu, por exemplo, na eleição de Boi a presidência, quando vereadores do PT e parte da base do governo selaram acordo. João vem mantendo a base do governo unida, mas a um custo caro. Se vê obrigado a acirrar cada vez mais seu discurso em plenário.

03. Vereadora Márcia Lia (PT)  entre requerimentos

Não são poucos os novos elementos que vem ocupar o cenário político de Araraquara, na Câmara por exemplo, fato recorrente é o da vereadora e líder de bancada do Partido dos Trabalhadores Márcia Lia  estar apresentando requerimentos solicitando informações sobre a atual gestão da Prefeitura Municipal. Exemplos são pedidos de esclarecimento sobre o custo das lousas digitais adquiridas para a rede municipal de ensino, gastos com publicidade da Prefeitura e gastos relacionados a fogos de artifício em comemorações do poder Executivo em eventos na cidade. Como resultado, boa parte das sessões vem sendo ocupadas por debates referentes a comparações entre o atual governo do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) e a gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT). A base governista na Câmara, por sua vez, vem aprovando parte dos requerimentos da vereadora petista, ainda que o desgaste entre oposição e situação em cada um dos requerimentos em debate seja grande. Márcia Lia vem representando uma nova forma de posição petista na Câmara, como oposição mais acirrada do governo. De certo que a defesa da herança petista por oito anos à frente da Prefeitura de Araraquara passa por este debate. Mas, resta saber por que em princípio este movimento vem da vereadora e não dos outros dois vereadores petistas da Casa de Leis (Carlos Nascimento e Edio Lopes), pelo menos no que diz respeito à apresentação de tais requerimentos.

04. Boi se torna situação e deve influenciar política no município numa nova perspectiva

Nos corredores da Câmara é visível a situação de transformação que ocorreu com o então grupo de vereadores que apoiou a candidatura de Aluisio Braz, o Boi, (PMDB) a presidência da Câmara. O grupo tem como principal articulador o vereador Paulo Maranata (PRB) e é composto ainda por Lapena (sem partido), Serginho Gonçalves (PMDB) e Boi (PMDB). Quando da candidatura de Boi o grupo se colocava enquanto oposição interna ao então presidente Ronaldo Napeloso (DEM) e afirmava visar à busca de maior autonomia em relação ao Executivo municipal.  A candidatura de Boi, tal como este afirmou em entrevista, ganhou ainda o apoio do atual deputado estadual Edinho Silva (PT). Agora, seu grupo conquistou a presidência da Câmara e da comissão de Justiça e Redação, ganhando tarefas típicas de grupos de situação. O primeiro teste nesta nova condição de situação se deu com a questão em torno do cargo de Chefe de Protocolo e Memorial da Câmara por ser um cargo em comissão com salário maior do que de parlamentares, criado em 2007. Boi optou por extinguir o cargo após polêmica, pois tal como os ex-presidentes Edna Sandra Martins (PV) e Ronaldo Napeloso (DEM), Boi também reconduziu ao cargo pessoa de sua confiança. Por outro lado, apesar dos desgastes da função de situação, Boi em particular vem sendo beneficiado pela função da presidência que o vem poupando das acirradas disputas no plenário entre governo e oposição, atualmente assumidas pelo líder de governo João Farias (PRB). Boi pode acumular forças neste momento para as próximas disputas políticas na cidade, tal como previu o deputado estadual Edinho Silva (PT) em encontro com Boi, onde afirmou que todos podem esperar que Boi será uma liderança política cada vez maior.

05. Eleições Municipais - 2012

Para quem aprecia informações de bastidores e reuniões políticas para construção de acordos entre partidos tem um prato cheio neste momento. Pois, as discussões sobre as disputas eleitorais municipais que irão eleger novo prefeito e vereadores na cidade já estão em pauta política a um certo tempo. Muito do que se houve é que graças à possibilidade de termos 21 vereadores em disputa nas próximas eleições a perspectiva é que aumente e muito o número dos candidatos em disputa. Para maiores informações a recomendação desta coluna é que observem a movimentação dos partidos da cidade. Nada cresce sem estrutura na política e a hora de construir a base é agora. E a Câmara neste momento não representa necessariamente o que vem nascendo e o que vem morrendo na política da cidade de Araraquara. 


Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso