Na sessão legislativa desta terça-feira (08) na Câmara Municipal ocorreu o depoimento na Tribuna Popular do carteiro Armando Aparecido Jesus Barrettos e de Carlos Decourt Neto, ambos diretores sindicais, que expressaram suas reivindicações em relação a processo da empresa Correios motivado pela realização de entrevista que expõe problemas relacionados as condições de trabalho da categoria dos carteiros.
Como tema principal da intervenção dos diretores sindicais dos Correios está à abertura de um processo contra o carteiro Armando por ter realizado entrevistas com veículos de comunicação. Nas entrevistas Armando expôs algumas reclamações relacionadas à situação de trabalho dos carteiros, a estatal entendeu que o carteiro teria constituído uma imagem negativa da empresa por expressar sua opinião na imprensa. Segundo Armando, o processo da estatal fere o direito de expressão de uma liderança sindical e não se preocupando em analisar a qualidade do conteúdo da entrevista que ofereceu, ainda segundo Armando, a empresa estaria propondo que sindicalistas tenham que pedir uma autorização prévia para se expressarem nos meios de comunicação.
O vereador Carlos Nascimento (PT) propôs durante a sessão à elaboração de uma emenda de repúdio a estatal dos Correios pelas condições de trabalho dos carteiros e a aprovação de outra moção de apoio a categoria dos carteiros pela Câmara. Além disto, indicou a formação de uma comissão de vereadores para estudar o caso das condições de trabalho dos funcionários do correio.
Outro questionamento apresentado pelos diretores sindicais foi referente à proposição da estatal dos correios para que carteiros trabalhem durante o domingo para compensar a falta de profissionais contratados pela empresa. Segundo os dirigentes sindicais a norma não é obrigatória, mas vem trazendo desgaste para a categoria. Outro elemento levantado foi da fragilização da relação dos carteiros com a população por motivo dos atrasos que cartas vem tendo para chegar aos seus respectivos destinos, segundo ainda os dirigentes o que vem acontecendo é um sucateamento dos correios e estes problemas estruturais vem pesando na ponta do processo de entrega que são os carteiros.
Em média Araraquara apresenta de 65 a 80 carteiros em atividade, segundo Carlos e Armando, o número é impreciso dado a grande circularidade de profissionais. Segundo eles explicam, este número de profissionais se refere a 2 unidades de entrega e 1 outra para encaminhamento de pacotes especiais. Segundo foi informado o número de profissionais concursados é baixo, sendo assim foram contratados funcionários terceirizados pelos Correios para contribuir nas entregas, mas ainda assim o número é reduzido diante do necessário para a realização do trabalho, segundo analisa Armando.
Armando explica que com a falta de funcionários os carteiros têm que realizar “dobradas”. As “dobradas” são um recurso onde o carteiro além de atender a região que lhe cabe para a entrega de cartas, efetua ainda uma entrega parcial por alguma região que terá que passar até chegar a de sua responsabilidade. Assim, ocorre uma combinação entre carteiros para dividir regiões onde passam para realizar entregas extras. Segundo Armando os carteiros por excesso de trabalho sofrem de lesões na coluna e joelhos, enfrentando ainda ataques por cães nas residências.
Apesar de vários encaminhamentos de reivindicações das condições de trabalho da categoria, Armando afirma não ter obtido nenhuma indicação de abertura de negociações por parte da gerência regional dos Correios.
Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo
Luís Michel Françoso
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