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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vereador Paulo Maranata (PR) inaugura ciclo de entrevistas sobre forças políticas

Paulo Maranata (PR) é vereador em primeiro mandato, empresário, e atualmente ocupa o cargo de presidente municipal do Partido Republicano. Maranata concede a primeira entrevista de nosso ciclo de três com lideranças das tendências políticas do legislativo, o vereador é o principal articulador da primeira tendência da Câmara com cinco vereadores da base do governo que organizaram a eleição do atual presidente Aluisio Braz, o Boi, (PMDB).
Cada entrevista tem de responder a 10 questões pré-elaboradas que são apresentadas a todos os três entrevistados, é reservado o direito de se abster a responder a qualquer uma das questões ao entrevistado. Ainda que a ausência opinativa constará na entrevista publicada. Além das questões fica ainda o entrevistado com direito a complementar uma questão não prevista nas perguntas já elaboradas.
Maranata assim define sua concepção política “o Partido da República vem trabalhando muito para melhorar seu quadro político, estamos nos destacando pelo perfil de atuação nos bastidores  e sabemos que a política é um contexto e não podemos ter uma atuação política de tribuna, de inauguração, mas podermos fazer uma política de contexto, de articulação, que atraias  verbas de Brasília, benefícios ao município, queremos que a população entenda esta realidade da política”. Confira abaixo a entrevista:


01. O senhor (a) concorda com a avaliação de que a Câmara estaria dividida em três tendências políticas? Como senhor (a) define a sua tendência política?
Olha não concordo que tenham três tendências, e sim que acabou se formando três grupos por força da necessidade de ter abertura no governo, dois grupos são para abertura e um é oposição. O cenário quando entramos (grupo de vereadores ao qual Maranata pertence) era um cenário do Executivo distanciado dos vereadores novos, foi isso um dos motivos da criação do nosso grupo, foi para que o Executivo também nos inclui-se na discussão dos projetos e nos debates importantes da cidade. No momento que nós sentimos está dificuldade a única maneira foi de criar o grupo e sabíamos que ainda teríamos a necessidade de fazer a diferença, e a diferença passava pela construção de um padrão político maior, que foi a conquista da presidência, é lógico que para alcançar não conseguiríamos com o apoio do governo por que era um grupo fechado, a única maneira, a mais óbvia foi nos  aproximar-nos da oposição e ver a dificuldade que estavam enfrentando, entrar no contexto da oposição ajudando-a e nos comprometendo em algumas questões. Lógico que após a vitória tínhamos que ouvir também a oposição, mas neste contexto fizemos a aproximação com a oposição, mas não sendo a oposição. É diferente você se aproximar da oposição para ganhar um contexto do que se aproximar da oposição para ser oposição. Esta foi a finalidade, após a conquista da presidência vamos o nosso grupo se fortaleceu ainda mais, temos a presidência da Câmara, a vice-presidência, o segundo-secretário e a participação em quase todas as comissões permanentes. Está aproximação foi necessária, porém somos base do governo,  o principal intuito que tínhamos no grupo, é de um governo sério , transparente e um governo que traz benéficos para a cidade.
02. O senhor (a) concorda com a argumentação de que os debates no plenário da Câmara são por muitas vezes de baixo conteúdo político?
Concordo plenamente por que muitas vezes é imprópria, são posições muito baseadas no que foi o governo passado e o que é o governo agora, situação que nada constrói.
03. Qual a posição do senhor (a) em relação ao descumprimento de lei aprovada pela Câmara no caso que se refere à apresentação pela Prefeitura de Araraquara sobre relatório de dados referentes à arrecadação e execução orçamentária da CIP – Contribuição de Iluminação Pública? (A lei referida é de autoria do vereador Marcos Rodrigues e obriga a Prefeitura a declarar a Câmara quais os locais onde foram investidos os recursos da CIP)
Meu pai me ensinou o seguinte que quando a gente faz uma coisa com transparência não existe nada que nos impeça de mostrar. Agora considero que o governo tem de se pronunciar e esclarecer se está providenciando ou não, se o dinheiro arrecadado vem para fazer realizações, o governo se estiver fazendo que fale que esta fazendo se não estiver que diga que não está
04. Qual a sua avaliação sobre a atual gestão do presidente da Câmara Municipal Aluizio Braz, o Boi, (PMDB)?
Nós vamos poder avaliar somente no final do mandato, é curto ainda o tempo para se avaliar, não deu tempo nem para tomar ciência da situação, o que ajuda o Aluisio Braz é o caráter que ele tem, acredito que com essa transparência que ela tem possa vir a fazer uma ótima gestão, estou confiante nisso, creio na possibilidade de erros e acertos, porém mais acertos do que erros, estou com ele e não abro de qualquer coisa.
05. No final do segundo semestre do ano passado foi elaborado relatório do Ministério da Saúde apontando diversas irregularidades na gestão do Pronto Socorro do Melhado, onde requisitava a visita da vigilância sanitária para averiguar a questão, tal relatório de conclusão ainda não foi divulgado. Qual a sua posição para esta questão? (O caso ocorreu em 2010 e este jornal após diálogo com a secretária de Saúde na época ainda não recebeu informações referentes ao relatório da vigilância sanitária no PS do Melhado, na época o Ministério da Saúde apontou problemas como falta de tampa nos lixos, atendimento incorreto para o público infantil, higienização das mãos de médicos no mesmo local onde se limpavam panos de chão, dentro outras questões)
Perfeição não existe principalmente na área da saúde, se a secretária não passou o relatório tem por obrigação passar ou anunciar ao governo para que tome as medidas cabíveis para solucionar a questão. Esta é uma questão que considero que é simples de ser resolvida, no meu ponto de vista.
06. A que se deve o fato do trabalho legislativo ter baixa produção no que se refere à formulação de projetos de lei e criação de comissões de estudo?
Eu avalio de outra forma esta questão, as comissões estão sendo feitas, elaboradas e cumpridas às metas determinadas, cada vereador tem direito de executar a sua função como legislador, fiscalizar, ter participação popular. Agora fazer projeto de lei é que se torna um pouco complexo, pois muitas vezes o projeto proposto é considerado inconstitucional, às vezes também existem impeditivos jurídicos, ou já existe a propositura em outros termos, não é que os vereadores não façam. Agora é lógico que cada vereador tem um perfil, não que o trabalho do legislativo seja mal elaborado. É que cada vereador passa por um perfil, o meu perfil é mais empresarial, é mais religioso, eu faço mais projetos de leis voltados ao comércio e a algumas áreas da população, pois não tenho como falar de setores que não conheço, é lógico que nos aprofundamos nos temas, tentamos fazer o possível, mas se não tivermos o diálogo com a população não poderemos saber quais são as necessidades.
07. A Câmara Municipal se constitui enquanto espaço privilegiado do debate político na cidade, o senhor (a) considera que a cidade retrocedeu no que diz respeito a políticas de participação popular, como plenárias e conferências?
Tenho opinião oposta a isso, não é que o procedimento não funciona, é que muitas vezes não tem pessoas com o perfil correto nos conselhos, é também um trabalho voluntario e o conselho acaba ficando sem muita participação das pessoas que vão dando lugar a compromissos particulares, e aí entra o papel do legislativo que passa a ter a responsabilidade de levar a questão adiante. Vejo alguns conselhos que funcionam brilhantemente. Tem que ter interesse da população, se não existe interesse da população está questão não pode progredir.
08. A CTA vem passando por um processo de sucateamento da sua estrutura onde ônibus estão deteriorados, ocorrem atrasos e superlotação dos ônibus, em contrapartida a arrecadação do Executivo Municipal aponta dados favoráveis a cada ano, que medidas pretende tomar em relação a esta situação?
A CTA é uma empresa mista e a Prefeitura tem uma dívida com a empresa que não sei se já foi sanada, mas o prefeito tenho certeza está tentando viabilizar o pagamento. Os ônibus estão de fato com muito uso, por mais que ocorra a manutenção e eu mesmo fui verificar, por mais que estejam reformando os ônibus acho que nada como ter um ônibus. A população paga as passagens e quer ter conforto, tem sim que dar qualidade, nós temos visto hoje que o caixa da CTA está saudável, nada mais justo que a CTA procure alguma maneira de estar adquirindo novos ônibus. Foram prometidos serem comprados  20 ônibus novos,  como também a construção dos mini-terminais, mas tem que se ter medidas reais , e quando se promete e não cumpre a população cobra, eu ainda não vi os 20 ônibus prometidos
09. O Boulevard da Rua Nove de Julho continua com problemas na circulação de carros estacionados em horário proibido, circulação em horário não permitido e tráfego intenso, você considera que a Prefeitura não vem conseguindo cumprir o que está previsto em lei neste caso?
Avalio como um problema muito sério a prefeitura tem que tomar uma ação neste caso, que precisa ser conjunta, uma ação mais ampla. O comércio precisa da passagem de pessoas, mas constatamos que não há possibilidade de trafegar os dois ao mesmo tempo (ônibus e carros) e esta questão de horários para carros e ônibus você tem que convocar um batalhão de pessoas para resolver a questão. Eu acho que tem que ter uma ação mais incisiva do poder público,  nos horários de pico tem problemas , ou retira o ônibus ou retira o carro, tem que chamar os comerciantes e falar dois não dá,ou um ou outro, no meu ponto de vista transfere no horário de pico os ônibus, porque nos ônibus o prefeito tem acesso, o prefeito tem maior possibilidade de controlar a circulação dos ônibus do que dos carros, os ônibus deveriam passar ou nas travessas ou na rua 0 ou 4. É preciso tomar uma decisão.
10. Quais os seus objetivos para as eleições municipais de 2012?
No meu ponto de vista muitos políticos se destacam na fala, visualmente nas inaugurações, mas muitos políticos fazem o trabalho de bastidores, que é o pior trabalho do meu ponto de vista, por que o bastidor leva você a ter um trabalho muito mais minucioso e detalhista do que aquele dos palanques. Agora acho que 2012 é uma incógnita, por eu faço parte de um partido chamado PR e nós estamos num momento muito crucial da política brasileira , que é a reforma política. Provavelmente passará uma proposta em Brasília aonde os partidos não poderão fazer coligações proporcionais (alianças partidárias entre candidatos a vereador, por exemplo no caso das próximas eleições de 2012). Se isso ocorrer é uma outra conjuntura do processo eleitoral, se não existir a coligação proporcional isto obriga que os partido menores tenham um quadro mais relevante, se não sairemos na desvantagem dos partidos maiores. O PR, por exemplo, nas eleições municipais de 2008 coligou com outro partido no caso com o PV na proporcional, e apoiamos no majoritário  a candidata Edna Martins (na época filiada ao PT e atualmente no PV) a prefeita. Se por acaso ocorrer a proibição das alianças proporcionais os partidos menores vão ter que tomar uma outra ação. Significa que ficaremos totalmente desprovidos de toda esta conjuntura política, porém pode ser que em Brasília haja o contexto da coligação dos partidos menores. Um partido menor começar a fundir com outro para poder disputar as proporcionais, esta é a grande incógnita para 2012 no município. Sabemos que os partidos maiores sairão com cabeça de chapa o PMDB, vem com um o PT vem com outro o PSDB vem com outro para a majoritária em Araraquara (candidatos a prefeito). Outra questão neste tema que nos preocupa é o fato da população votar nos candidatos e depois esquecer que ele existe na eleição as pessoas se lembram dos políticos, porém depois elas esquecem em quem votaram e não acabam cobrando as atitudes do legislativo.
Questão Complementar: Área Azul
Penso que como homem público temos que refletir sobre o aspecto da população hoje estar sugada por impostos e encargos, e benefícios nenhum. Espero que a política se modifique um pouco, falamos muito em transparência, mas não levamos isto até a população, falamos muito em mudança, mas não mudamos. Pelo desgaste que a população tem de tanta carga, nós não estamos aliviando a população. Vou dar um exemplo, a população paga muitos impostos e quando precisa sair da sua casa e vir para o centro e já enfrenta também a área azul, para onde vai todo este dinheiro arrecadado? Vai para empresa? Instituições filantrópicas? Já que queremos um estacionamento rotativo, por que não estipularmos um tempo limite de meia hora para carros, e se após este período a pessoa permanecer no local, aí sim você aplicaria uma multa de alto valor para disciplinar. Manter-se-ia o caráter rotativo.



Publicado no jornal Folha da Cidade - Araraquara, São Paulo

Luís Michel Françoso

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