Ontem (29), falou aos ouvidos da Câmara Municipal a voz da consciência, que imediatamente provocou agitações nos bastidores da política. O recado foi bem simples, a chamada opinião pública clama por uma reavaliação, da decisão já aprovada pelo legislativo neste ano que propõe alteração do número de parlamentares dos atuais 13 para 21.
Para os ouvidos mais apurados soa de forma muito estranha a proposta de retomar a discussão sobre o número de vereadores da Câmara de Araraquara, basta lembrar o início deste debate no ano passado. Havia duas propostas sobre a mesa de negociação, a primeira de vertente popular defendia um intenso debate através de plebiscito ou audiências públicas, e argumentava em favor de um processo longo de debate junto da população do município.
Já a segunda proposta preocupava-se com o tempo necessário para que os partidos se estruturassem após uma alteração do número de vereadores e defendia que um debate aberto sobre o assunto não caberia, pois a população defenderia um numero irrisório de vereadores, chegou a se comentar na época que abrir a discussão naquele momento daria espaço para supostos “inimigos da política, num momento em que está se encontra tão frágil”, como se falava na época.
Fim da história venceu a segunda proposta. A Câmara aprovou após intenso debate o aumento para 21 no número de vereadores. Mas, para quem queria poupar o legislativo de aberturas arriscadas, sentimos agora ressurgir a proposta de alterar o número de vereadores, mesmo após sua aprovação neste mesmo ano.
Fácil entender. Estas são as lições do novo legislativo independente do Executivo, pois com a decisão de revisar o número de vereadores e diminuí-lo, irá garantir as economias do final de ano que são redirecionadas a Prefeitura de Araraquara. Somente para lembrar o teto máximo orçamentário do legislativo corresponde a 6% da Receita Corrente Líquida do Município (RCL), e hoje a Câmara trabalha com apenas 1,33% deste total. Estes dados são referentes ao mês de dezembro do ano passado e estão baseados na Lei Complementar 101.
Outro ponto positivo ao prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) foi garantir o desvio do importantíssimo debate sobre a interrupção de sete obras públicas no município por saída da construtora responsável, alegando crise financeira. Dentre as obras públicas consta a importante promessa de campanha, denominada Maternidade Gota de Leite.
Subindo no banquinho
Este espaço é uma oportunidade para lideranças políticas da cidade oferecerem respostas sobre temas importantes e polêmicos. Os entrevistados foram os vereadores Aluisio Braz, o Boi, (PMDB) e Lapena (sem partido), o tema, a alteração do número de vereadores na Câmara Municipal de Araraquara. Seguem as entrevistas abaixo:
Pergunta - O senhor vai reapresentar a proposta que altera o número de vereadores na Câmara?
O presidente da Câmara Aluisio Braz, o Boi, (PMDB): Posso apresentar na terça-feira que vem, mas só vou se tiver uma mudança nos votos dos vereadores. Acho que 21 são muito, 13 é pouco, penso que quinze ou dezessete podem ter um cenário. Se o PT não fosse tão radical em defender treze e apoiasse dezessete, deixando um posicionamento notório que ia ser derrotado, naquele dia mesmo [dia da votação que alterou para 21 o número de vereadores] poderia ter sido construída uma proposta melhor. Eu defendo quinze, mas sou bem realista dezessete é uma proposta que pode passar, pode chegar a um consenso.
Pergunta – Ao retornar um debate que já foi definido pela Câmara, isto não pode representar uma falta de credibilidade para a instituição?
Boi – Sim, perde credibilidade, mas a política é muito dinâmica, eu erro os vereadores erram, não tem problema nenhum rever, não podemos ter essa vaidade.
Pergunta – O senhor defendeu 17 vereadores na última eleição, qual é sua posição neste momento?
Lapena (sem partido) – Continuo a propor dezessete porque seria o lógico, se cidades com 300 mil habitantes terão 21 porque nós com 210 mil teremos 21? Podemos ter 17. Não vou ser demagogo e falar que vou votar em 13, é interessante aumentar a representatividade
Pergunta - Você confia na opinião política?
Lapena - Não é questão de confiar, mesmo que você retome o debate vai voltar na opinião dos 21, eu não acredito que os vereadores daqui mudem de opinião, mas a lei pode ser revogada.
PRB se movimenta
O PRB realizou atividade na Câmara Municipal no dia 25 deste mês, o evento foi denominado “Ato de Filiação” e marcou a entrada de novas lideranças políticas na sigla partidária. A atividade contou com a presença do deputado estadual Gilmaci Santos (PRB), do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB), do presidente da Câmara Municipal Aluisio Braz, o Boi, (PMDB) e do líder de governo João Farias (PRB).
Destaque ficou para a presença do vereador Pastor Raimundo (PP) que acompanhou todo o evento, Farias (PRB) afirmou que seu partido já realizou convite oficial para que Pastor Raimundo ingresse na legenda e declarou que o Pastor está aberto ao diálogo sobre o assunto. Sobre o tema Pastor apenas disse “a política pode mudar a todo momento, nunca é estática”.
O PRB, através de seu vereador João Farias confirmou apoio ao prefeito para as eleições municipais a 2012, mas caso o PMDB lance outro nome, Farias admite que irão reavaliar sua posição.
PR e PMDB
O vereador Paulo Maranata (PR) afirma que nesta semana estará deixando a presidência do Partido da República, o novo presidente será Luís Augusto César. Para marcar a substituição de toda a diretoria do partido e mais a chegada de 50 novas filiações, ocorrerá evento nesta quinta (31), às 19h, na Câmara Municipal de Araraquara.
Para 2012, Maranata, afirma que o partido está construindo uma chapa forte e que conta com articulações no âmbito federal e estadual da sigla. Sobre a cidade afirma que o partido esta dialogando na perspectiva de apoiar o PMDB ou lançar uma candidatura própria.