De início esclareço que este texto não apresenta enquanto objetivo direcionar seus apontamentos ao veículo de comunicação “Tribuna Impressa”, nem ao jornalista que compôs matéria sobre o pré-projeto do Plano Diretor e muito menos ao jornalista ao qual dialoguei diretamente na secretaria de comunicação. Reservo meu mais profundo respeito a todos.
Tenho o intento deste texto pelo fato de haver realizado contato com a secretária municipal Alessandra Lima (Desenvolvimento Econômico) em evento na Câmara Municipal de Araraquara. Na oportunidade solicitei entrevista com a secretária sobre diversos temas como o Mercado Municipal, Orla Ferroviária e a situação da revisão do Plano Diretor. Presente estava no evento o jornalista da secretaria de comunicação que me orientou a enviar email requerendo oficialmente por escrito a entrevista com a senhora Alessandra Lima e a já referida pauta. Neste diálogo foi destacado o valor desta ação enquanto uma política oficial do setor de comunicação da Prefeitura. Tal fato é de conhecimento notório, sendo assim encaminhei o email como combinado.
Após, espera desde o dia 17 de fevereiro da solicitação da já citada entrevista, recebi a resposta de que nesta semana apenas poderia haver a possibilidade de agendamento da tal atividade. A justificativa apresentada foi impossibilidade de espaço na agenda da secretária.
Surpreendi-me, em muito admito, quando no sábado (26) do mês corrente, ao folhear edição do jornal “Tribuna Impressa” pude conferir material desenvolvendo tema referente ao pré-projeto do Plano Diretor intitulado “Anteprojeto do novo plano diretor fica pronto em Abril”, contando inclusive com entrevista com a secretária Alessandra Lima.
Após o ocorrido, considero que as possibilidades podem ter sido ao menos uma das três, pode ser que o referido veículo de comunicação obteve entrevista direta com Alessandra Lima, portanto, à revelia da secretaria de comunicação. Ou a secretaria de comunicação obteve contato com o referido jornal e agiu com maior agilidade para com aquele do que com este que escreve. Ou ainda, o referido jornal já havia acumulado tal informação há certo tempo e resolveu por somente agora veicular tal informação.
Até o momento sem resposta, todas as possibilidades me são possíveis, e talvez até outras que me puderem ser esclarecidas e acredito que a serão.
Como referido acima no primeiro caso se o jornal teve acesso direto a Alessandra Lima e realizou a matéria, gostaria que a secretaria de comunicação reflita sobre seus mecanismos de funcionamento e não considere procedimento padrão o envio de email prévio dado que não pode garantir o pleno funcionamento de tal sistema. Se no segundo caso a secretaria de comunicação agiu com maior agilidade sobre o tema com determinado veículo em detrimento de outro, fico à disposição para esclarecimentos sobre quais as justificativas para tal atitude. E por fim, no terceiro caso o fato da demora da resposta da secretaria de comunicação à solicitação deste jornal, obteria valor de notável desfavorecimento ao seu trabalho dado que a pauta jornalística apresenta tempo de durabilidade vinculado diretamente à dinâmica social da comunidade para o qual se escreve, e, portanto, sua postergação prejudica diretamente sua prática.
Fique claro, novamente que não tenho por objetivo culpabilizar nenhum veículo de comunicação ou profissional que o componha, reservo-me ao direito de refletir sobre a relação constituída entre um órgão público que é a secretaria de comunicação da Prefeitura Municipal de Araraquara e os profissionais que integram a produção jornalística do município.
Não quero ainda de forma alguma afirmar desconhecimento sobre todos os fatores que envolvem a obtenção de informação no exercício da produção jornalística. E muito menos desvincular a secretaria de comunicação enquanto sujeito ativo tanto na produção de informação na cidade quanto na sua articulação de veiculação. O fato é que como componente do Poder Público que o é, não deve perpassar a segunda função da primeira, mas a ter mais enquanto necessidade do que por objetivo.
Gostaria ainda de que se tornasse objeto de reflexão deste órgão público às questões referentes à necessidade de se gerir novas estratégias para que a política oficial da referida secretaria funcione de modo pleno e igualitário, ou dado a impossibilidade de gerir o cotidiano de todos os componentes do governo que então se crie estratégias de veiculação de informação de forma mais coletiva.
É razoável ainda reconhecermos que as questões que percorrem a constituição de uma política pública de comunicação não são das mais fáceis. Por certo, que é de extrema importância incentivar a realização mais frequente de audiências públicas, conferências e outros mecanismos de participação que debrucem sobre as formas de existência de uma política de comunicação em nossa cidade.
Até o presente momento não obtive resposta por parte da secretaria de comunicação por entrevista requerida desde o dia 17 de fevereiro de 2011. E revalido minha disponibilidade pela referida solicitação.
Por fim, reafirmo que a intenção deste texto é de elevar este debate ao nível da relação institucional, visando estimular modelos mais coletivos de distribuição de informações e buscando superar de forma sincera um fato que tenho por minha parte de desrespeito para com um profissional e seu respectivo veículo de comunicação atuante nesta cidade.
Luís Michel Françoso – profissional do jornal Folha da Cidade do município de Araraquara
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